SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sócios da produtora de vídeos conservadora Brasil Paralelo fizeram nesta quarta-feira (28) uma live para justificar sua presença em um jantar com o ex-presidente Lula (PT). Durante a transmissão, o nome do petista foi associado ao comunismo e ao "maior esquema de corrupção de história" do país. O pronunciamento, no entanto, contrasta com a postura dos empresários no evento com o candidato.
Segundo relatos, sócios da Brasil Paralelo aplaudiram e trataram Lula com reverência.
"Quero só deixar claro qual é a nossa opinião sobre o querido candidato presidente Lula. Nossa opinião é que ele é um ex-presidiário condenado no maior esquema de corrupção da história desse país, que foi o mensalão, a compra sistemática de votos para demolir o Legislativo e assumir um projeto de poder e ficar décadas", afirmou, na live, o sócio-fundador da produtora Lucas Ferrugem.
"Nossa história é combater o comunismo. Nós somos anticomunistas até o fim e vamos sempre, sempre escolher a alternativa menos comunista e defender os nossos ideais da busca da verdade, da liberdade e do respeito à tradição", disse ainda.
Durante a live desta quarta, os sócios chegaram a sugerir que a ida ao jantar teria sido motivada pela falta de confiança na imprensa. E afirmaram que o fato de Lula estar concorrendo à Presidência em 2022 é "um escárnio com a Justiça brasileira".
A presença deles no jantar se transformou em um dos assuntos mais comentados do Twitter. A Brasil Paralelo é hoje uma das maiores produtoras de conteúdo de direita no país, com mais de 375 mil assinantes.
O ex-presidente tomou conhecimento da lista dos convidados ao jantar, realizado na terça-feira (27) pelo grupo Esfera Brasil, mas não vetou ninguém.
Como mostrou a coluna Painel da Folha de S.Paulo, a presença de um dos sócios da produtora no evento gerou críticas entre influenciadores bolsonaristas. Um dos mais contundentes foi o cineasta Josias Teófilo, autor de filmes sobre o filósofo Olavo de Carvalho, que foi às redes sociais para desautorizar que imagens de suas produções sejam utilizadas em documentários da Brasil Paralelo.
"Comunico que desautorizo o uso de qualquer material audiovisual de minha autoria à empresa Brasil Paralelo depois de tomar conhecimento do jantar que o CEO da empresa, Henrique Viana, participou junto com Lula ?o que é sim um sinal de apoio e aproximação a essa altura da eleição", afirmou.
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