SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - No último final de semana, Rihanna anunciou que finalmente voltará aos palcos em 2023. A artista foi confirmada como a próxima atração principal do show do intervalo do Super Bowl, a grande final da liga de futebol americano dos Estados Unidos, a NFL.

Em 2019, porém, a cantora se recusou a se apresentar no evento, em apoio ao jogador Colin Kaepernick.

O atleta liderou protestos na NFL em 2016 contra a violência policial contra os negros ao se ajoelhar durante a execução do hino americano antes de uma partida. Em um treino, ele também usou meias que mostravam porcos caracterizados como policiais.

Enquanto a atitude de Kaepernick inspirava outros jogadores, inclusive da NBA, a maior liga de basquete do país, a NFL fechava as portas para ele. A última partida do jogador aconteceu em 2017.

Rihanna falou sobre sua recusa em entrevista à revista Vogue, afirmando categoricamente que dispensou a apresentação em reação ao caso de Kaepernick.

?Eu não poderia ousar [me apresentar]. Para quê? Quem ganha com isso? Não é o meu povo. Eu não poderia ser uma vendida. Eu não poderia apoiar isso. Há coisas naquela organização que eu não concordo, e eu não estava disposta a servi-los de forma alguma?, disse Rihanna.

Naquele ano, a atração do intervalo foi a banda Maroon 5. A rapper Cardi B, que tem uma música em parceria com o grupo, disse que se recusou a participar da apresentação pelo mesmo motivo de Rihanna.

"Tive que sacrificar isso. Tive que sacrificar muito dinheiro. Mas existe um homem que sacrificou seu trabalho por nós, então temos que apoiá-lo", disse a artista, referindo-se a Kaepernick.

CONTRATO COM JAY-Z

Quem pode ter inspirado a cantora a mudar de opinião é o rapper Jay-Z. Em agosto de 2020, a Roc Nation, gravadora do artista, fechou uma parceria milionária com a NFL.

O acordo deu ao rapper um papel de destaque no programa de justiça social e na organização de ações de entretenimento da liga, como o show no intervalo, podcasts e outros conteúdos.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Jay-Z afirmou que trabalhar com pessoas com opiniões políticas faz parte dos negócios.

"Eu sou negro. Esse é o meu mundo. [Se eu não fizesse negócio com essas empresas], eu não teria programas de televisão. Eu não teria espaço na televisão, porque com certeza alguém que é dono do canal apoiou alguém que eu acredito que não deveria estar no cargo. Eu não posso controlar o mundo, ninguém pode controlar o mundo e os votos das pessoas em seus interesses", disse, na época.

Em 2020, Shakira, então contratada da Roc Nation, e Jennifer Lopez se apresentaram no intervalo do evento. Em 2021, a atração foi o astro do pop e R&B The Weeknd.

No iníco deste ano, o show foi uma celebração do hip-hop com atrações como Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar, 50 Cent e Anderson .Paak, com Sean Forbes e Warren Snipe.

No ano que vem, Rihanna será a estrela do intervalo, e a expectativa é grande. Após seis anos longe dos palcos, a cantora apresentará seus sucessos (e, quem sabe, músicas novas) para as dezenas de milhões de espectadores do evento.


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!