SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em entrevista à revista People, a atriz inglesa Carey Mulligan, 37, disse ter sentindo o peso da responsabilidade por contar a história das vítimas do produtor Harvey Weinstein no filme "Ela Disse", que estreia nos Estados Unidos em 18 de novembro e, no Brasil, em 8 de dezembro.
No longa, ela interpreta Megan Twohey, uma das jornalistas do New York Times que publicou as denúncias e investigações sobre Harvey Weinstein. O produtor foi condenado a 23 anos de prisão por abusos sexuais e estupro pela Justiça de Nova York e vai enfrentar mais julgamentos em Los Angeles e Londres, segundo a People.
"Especialmente quando se interpreta uma pessoa real, você sente a responsabilidade. Mas as histórias que contamos no filme são muito reais e muito recentes, não só para os envolvidos, mas para a audiência", diz. "Você sabe que essa história vai impactar pessoas que vão ao cinema, então acho que todos sentimos que era uma tarefa difícil e levamos muito a sério."
Zoe Kazan, 39, interpreta outra repórter, Jodi Kantor. Quando indagada se o filme não teria vindo cedo demais, a atriz disse, em um evento em Nova York, que "não é como se o problema estivesse resolvido. Acho que Jodi e Megan e a reportagem não estavam tentando destruir um único homem, mas o sistema como um todo".
As jornalistas venceram o Pulitzer pela reportagem.
"Eu nunca havia interpretado uma pessoa que está viva. Já interpretei pessoas reais, mas eu lia autobiografias. Isso foi muito empolgante, ela é incrível. Eu queria que fôssemos amigas, queria que ela gostasse de mim", disse Mulligan.
A atriz afirmou que conhecer a forma como a história afetou a vida da repórter ajudou na hora de montar a personagem. "Jornalismo é uma vocação para ela, não é só um trabalho", disse. "Vem de uma crença profunda dela nessa vocação para revelar injustiças."
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