SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma das principais reclamações do público da primeira edição do Primavera Sound, ocorrida neste fim de semana, em São Paulo, foi relacionada ao palco Beck's.

Não é para menos. Com várias árvores no local, a visão de grande parte da plateia foi prejudicada. Troncos, galhos e plantas roubaram o protagonismo.

Para piorar a situação, se apresentaram ali os headliners Arctic Monkeys e Travis Scott, que, como esperado, contaram com públicos lotados. Os fãs precisaram se espremer para, em muitos casos, se contentarem com pequenos detalhes dos telões.

Frustrados com a estrutura, alguns fãs subiram em árvores, que eram altas e, consequentemente, perigosas a quem se arriscou.

Ciente de que o matagal seria obstáculo, o festival tentou contornar a situação, espalhando vários telões --de três metros de largura e cinco de altura, segundo a organização-- entre algumas árvores.

Além disso, houve dois telões maiores projetados nas paredes do palco. Caixas de som também foram instaladas pelo local, que parecia um longo corredor.

Não que a estrutura tenha impedido os fãs dos músicos de curtirem os shows, dançando, pulando e cantando seus hits com empolgação. Mas foi um fator influente no grau de energia entregue pelo público.

Houve, claro, quem aproveitasse as atrações sem nenhum prejuízo --até porque algumas regiões do palco não tinham empecilhos para além de aglomeração.

Ao lado do palco Primavera, o Beck's foi o principal ambiente do festival, o que é uma contradição, no mínimo, curiosa.

Com apresentações como Lorde e Björk, o palco Primavera, porém, contou com uma disposição bem planejada para receber multidões. Próximo a ele, estava o Elo, que se destacou com uma grande arquibancada, na qual o público se dividiu entre ficar sentado e em pé. Ali tocaram artistas como Boy Harsher, Arca e Don L.

Os palcos Bits e Barcelona também foram bem arquitetados. Num clima de "fritação eletrônica", Bits levou DJs como Badsista para um vasto porão iluminado por estrobos ultracoloridos. O Barcelona, por sua vez, ofereceu um clima intimista, com um auditório que abrigou artistas como Tim Bernardes e Hermeto Paschoal.

Os motivos que levaram a organização do festival a escalar artistas de peso para um local dominado por árvores é um mistério. Resta agora saber se isso se repetirá em edições futuras.


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