SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma mansão luxuosa avaliada em R$ 10 milhões com cachoeira particular e localizada em Ilha Comprida, no Rio de Janeiro, virou alvo de uma disputa judicial entre o atacante da seleção brasileira Richarlison, o senador Flávio Bolsonaro (PL) e um amigo dele.
Isso porque o atacante, então dono do imóvel, entrou na Justiça após um amigo do parlamentar usar documentos do antigo dono do casarão para reivindicar a posse do local. O caso foi repercutido a princípio pelo colunista do Metrópoles Guilherme Amado e confirmado pela Folha de S.Paulo.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a última movimentação do caso, no dia 6 de outubro, informa que ele estava em fase de arquivamento em definitivo. Porém, foram anos de briga judicial que renderam dores de cabeça para o goleador brasileiro que estreou com dois gols na Copa do Qatar.
Tudo começou em 2020, quando Richarlison e seu empresário resolveram negociar a compra do imóvel. Porém, no mesmo ano, Flávio Bolsonaro visitou o local e também se apaixonou pelo espaço privilegiado, bem próximo ao aeroporto de Angra dos Reis. Ao saber pelo antigo dono que o casarão já estava sendo vendido e inclusive com expectativas de melhorias por parte do atacante, o filho de Jair Bolsonaro (PL) quis saber se não era possível reverter a venda.
Cinco meses depois, Flávio Bolsonaro voltou à localidade, àquela altura já vendida em definitivo para Richarlison, na companhia de um amigo. Sem avisar, ancorou sua lancha na frente do imóvel e pediu ao antigo dono para mostrar a mansão ao colega um amigo interessado. O dono voltou a dizer que já havia negociado com o atacante e seu empresário.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Mas a disputa continuava a perturbar o atacante da seleção e seu representante. Após mais alguns meses, o casarão continuava com as reformas. A esposa do empresário de Richarlison, grávida, era quem morava por lá nesse meio tempo. Só que em maio de 2022 ela foi surpreendida com policiais e um oficial de Justiça na porta para uma reintegração de posse.
A ordem judicial atendia a um pedido da M Locadora, que havia comprado a posse do imóvel do marido de Clara Nunes (1942-1983) em 1986, mas, segundo a publicação, revendido em 2002. Após 20 anos, representantes dos espólios do antigos donos, já mortos, reivindicavam o espaço. O advogado da M Locadora era sócio de Willer Tomaz, o amigo que Flávio levou para saber mais detalhes do imóvel e a quem foi negada a compra.
Após uma série de batalhas com liminares de todas as partes, comprovações com documentos de compra e venda e depósitos, no fim o imóvel acabou isolado e vigiado por seguranças particulares. O TJ não soube dizer com quem está a mansão após o arquivamento, mas a publicação do Metrópoles mostra que a última decisão antes dessa etapa do processo, de 5 de agosto, foi favorável a Tomaz.
Ao colunista Guilherme Amado, Flávio disse ter apenas amizade com Willer Tomaz e que não tem nada a ver com a posse do imóvel. O empresário de Richarlison disse que a esposa foi internada e teve de antecipar o parto pelo nervosismo à época. E que o jogador ficou chateado.
Já Tomaz afirmou que Richarlison e seu empresário seriam "invasores" e que ele comprou a posse do local da M Locadora, pagou dívidas fiscais e gastou R$ 5 milhões para regularizar o imóvel.
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