SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "A minha arte não pode ser para poucos, vou falar de assuntos sérios, mas entrando de forma suave na casa das pessoas". A frase é do ator e humorista Paulo Gustavo (1978-2021), relembrada pela cineasta -e sua grande amiga- Susana Garcia, 51, que encontrou uma forma de trazer novamente o espetáculo do artista para o público brasileiro com o documentário "Filho da Mãe", que estreia dia 16 de dezembro.
O projeto, desenvolvido com o Prime Video, mostra os bastidores da última turnê do ator, que rodou o Brasil ao lado de sua mãe, Déa Lúcia, cantando sucessos e homenageando sua inspiração. "Ele quis registrar tudo do espetáculo e os bastidores. Quando ele partiu existia todo o material, ficamos pensando como fazer um registro a altura dele", diz Garcia, em coletiva de imprensa da qual o F5 participou.
Ela acrescenta que a ideia era reformular o material de 130 horas, afim de apresentar para o público os pilares fundamentais da vida do amigo e trazer assuntos densos como a pandemia de Covid-19 e a pauta LGBTQIA+, além de emocionar e fazer o público rir. Então é apresentado um Paulo Gustavo como muitos já imaginavam: alegre, carinhoso e amoroso com amigos e família.
Porém, o filme mostra também um lado vulnerável, preocupado e com pressa de viver, como afirma sua mãe: "O tempo todo ele falava em morte. Parece que ele sabia que isso ia acontecer, tudo era muito corrido e ele fazia tudo depressa". Thales Bretas, viúvo do artista, acrescenta que seu maior medo era ver sua mãe morrer. "Ele chorava algumas noites comigo. E nesse meio ele resolveu fazer essa homenagem. Ele pôde dar esse reconhecimento em vida."
O médico, pai de Romeu e Gael, também conta que Paulo Gustavo idealizou o material como uma série de 10 episódios. "Ele queria um mix de emoção e risadas, queria falar sobre a origem da Dona Hermínia. [Então] pegamos o material e transformamos em uma coisa mais impactante". O documentário também traz imagens inéditas da juventude do ator, e conta com depoimentos de familiares e amigos próximos.
Ao longo do filme é possível ver o sonho de se tornar cantor, a preocupação e cautela dele nos palcos, a admiração pela mãe e o amor pelo marido, filhos e amigos -e o afeto de todos por Paulo Gustavo. "Ele se tornou uma pessoa observadora, e um dia ele escreveu tudo da minha vida. Na minha família, a Dona Hermínia é um clã. Minha avó, minha mãe, eu e ele", completa Déa Lúcia, em tom de brincadeira.
Para Garcia, o documentário vem para matar saudades e reviver a memória de Paulo Gustavo. "O grande público está acostumado a ver ele em cena, e ali, temos o sabor de uma intimidade revelada. E Romeu e Gael vão assistir o documentário daqui alguns anos, porque eles vão ouvir falar do pai, mas não vão ter a vivência. [Esse] foi o último grande espetáculo da vida dele."
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