SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Letícia Dornelles, presidente da Casa de Rui Barbosa, ligada à Secretaria de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, foi exonerada nesta quarta-feira (14) e afirmou ser alvo de perseguição de Mario Frias, ex-secretário e deputado eleito pelo PL.

"Recebi ameaças de Mario Frias, veladas, por terceiros. Eu trabalho, e talvez incomode por produzir Cultura", disse ela ao jornal O Globo. "Defendi a fundação e impedi que ela fosse fechada. Fui perseguida, ameaçada e assediada."

Procurada pela reportagem nas redes sociais, a ex-presidente da fundação não quis comentar o caso.

Também em resposta a O Globo, Frias riu das acusações e negou seu teor. "A narrativa de que eu ameaço alguém foi criada por vocês. Tenho Deus no coração. E muita paz na minha vida."

Dornelles recebeu críticas quando foi alçada ao posto na Casa de Rui Barbosa, em 2020, por tirar do quadro pesquisadoras experientes, como Flora Süssekind e José Almino de Alencar, que haviam se manifestado contra sua indicação.

Süssekind afirmou, depois de sua exoneração, que a entidade responsável por pesquisa e preservação de acervos de grandes escritores passava por um desmonte. Antes da nomeação de Dornelles, circulava de fato uma proposta de extinguir a instituição.

Roteirista e jornalista de carreira, Dornelles se define como conservadora, mas passou a acumular desgastes com Frias e outros representantes da direita ao longo dos últimos anos, o que culminou em sua retirada do cargo nesta quarta.

Frias deixou o cargo de secretário no começo de 2022 para disputar a eleição para a Câmara por São Paulo, tendo sido eleito em outubro. Na semana passada, André Porciuncula, ex-braço direito do ex-ator da Globo, foi alocado na chefia da Secretaria de Cultura faltando menos de um mês para o governo terminar.


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