BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os manifestantes golpistas que invadiram, neste domingo (8), as edificações da Praça dos Três Poderes, idealizadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer -Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal- danificaram importantes obras de arte da cultura brasileira.
A obra "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, de 1995, foi encontrada boiando na água que inundou o térreo do Planalto. No terceiro andar, "Mulatas", de Di Cavalcanti, "O Flautista", de Bruno Jorge, e "Galhos e Sombras", de Frans Krajcberg, também foram vandalizadas.
O governo estima que só o trabalho de Di Cavalcanti, o mais importante do Salão Nobre, está avaliado em R$ 8 milhões. Na obra de Krajcberg, avaliada em R$ 300 mil, galhos que compõem o trabalho foram quebrados e jogados longe.
Há ainda imagens da obra "Vênus Apocalíptica", da argentina Marta Minujín, jogada no chão, do lado de fora do edifício.
Ainda segundo o governo, o diretor de curadoria dos palácios presidenciais, Rogério Carvalho, avalia que a maioria das obras podem ser restauradas, com exceção do relógio Balthazar Martinot.
A peça, considerada rara, foi dada de presente a dom João 6º pela corte de Luís 14, da França. O objeto foi desenhado por André-Charles Boulle e fabricado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no fim do século 18, poucos anos antes de ser trazido ao Brasil.
Quadros foram também quebrados e rasurados no corredor que dá acesso às salas dos ministérios no Planalto, e uma mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues teve seu vidro quebrado.
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