SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi foi liberado da prisão que estava em Teerã, no Irã, nesta sexta-feira. Ele foi detido em julho do ano passado em seu país, dias após a prisão de outros dois dois cineastas, Mohammad Rasoulof e Mostafa Aleahmad, acusados de "perturbação da ordem pública".
A notícia de que Panahi está solto foi confirmada pela sua esposa, Tahereh Saeidi, e por seus advogados nesta sexta-feira. O diretor tinha entrado em greve de fome no início desta semana.
O cineasta foi preso no ano passado em meio a uma repressão à liberdade de expressão no Irã, quando foi à prisão de Evin para investigar o paradeiro de Rasoulof e Aleahmad.
Foi anunciado alguns dias depois que as autoridades iranianas decidiram reativar uma sentença aplicada a Panahi em 2010. Artista dissidente, Panahi foi condenado em naquele ano a seis anos de prisão e 20 anos de proibição de filmar ou escrever roteiros, viajar ou falar na mídia. No entanto, ele continuou a viver e trabalhar no Irã.
Foi condenado por "propaganda contra o regime", depois de ter apoiado o movimento de protesto de 2009 contra a reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad para a presidência da República Islâmica.
No ano passado, o Festival de Cannes expressou seu apoio e condenou "com firmeza essas detenções, bem como a onda de repressão visível no Irã contra seus artistas". O festival pediu a libertação imediata de Rasoulof, Aleahmad e Panahi num comunicado.
Panahi, de 62 anos, é um dos cineastas iranianos mais premiados. Ele ganhou o prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2018 por "3 Faces", três anos depois de ganhar o Urso de Ouro em Berlim por "Táxi Teerã".
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