SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Carnaval foi o primeiro palco da atriz Deborah Secco, 43. "Eu fazia o palhaço, a bailarina", diz ela à coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. "Tenho um carinho enorme por essa época e me divirto muito. Gosto de criar os looks e amo essa montação."

Neste ano, Deborah foi para Salvador na sexta (17), e depois desfilará pela Salgueiro, no Rio de Janeiro, no domingo (19). A atriz também será rainha do camarote Quem, na Marquês de Sapucaí.

Deborah se define como uma mulher livre que nunca teve problemas com a nudez. "Eu sempre achei que o meu corpo era o menos importante de mim. Expor ele ou não, nunca foi uma questão. Eu não me resumo a isso", afirma.

Mas a atriz afirma ter consciência de que "o planeta é extremamente machista". No ano passado, ao estrear como comentarista da SporTV na Copa do Qatar, Deborah foi alvo de ataques e críticas pelos figurinos ousados que usou no programa de TV. Segundo ela, até mesmo as pessoas que se consideram progressistas criticam a mulher que é livre. "Estamos muito atrasados".

"Sabe qual é o grande problema da exposição do corpo da mulher? É que quando dava dinheiro para os homens, ninguém criticava a nudez. Quando a gente toma as rédeas e começa a lucrar e a escolher de fato o que quer fazer, quando e como, isso perturba", analisa.

"O que incomoda não é a nudez da mulher, é o poder que está não mão da mulher", prossegue. "Quando as mulheres estavam dançando de roupa curta, atrás do palco, ou quando estavam numa banheira pegando sabonete, ninguém falava sobre isso. Agora, quando a própria mulher decide fazer uma nudez para ela, para ganhar dinheiro para ela e para a família dela, aí...", diz.

"Enquanto isso [a exposição] não foi decidido por mim, feito por mim, somente por mim, nunca incomodou. Quando eu peguei o poder para mim, passei a incomodar horrores", completa.

Deborah afirma que é muito bem resolvida com as suas escolhas. "Há muito tempo já abri mão desse conceito de perfeição. Eu não quero agradar os outros. Quero ser feliz", destaca.

Na semana passada, no Baile da Vogue, a atriz causou burburinho nas redes sociais ao se fantasiar de Bruna Surfistinha, ex-garota de programa que ela interpretou em filme de 2011. Deborah recebeu críticas pela escolha do figurino, mas diz preferir focar nos elogios. "As ofensas, as críticas passam por mim sem nem fazer cosquinha. De fato eu nem vi, porque, para mim, elas nem aparecem", afirma.

A atriz acrescenta também que o julgamento das pessoas é, em geral, sobre uma "Deborah que elas constroem". "Não sobre a Deborah que eu sou, a que acorda cedo, que leva a filha para escola, que leva para a natação", diz.

A atriz acrescenta que "pouquíssimas pessoas" a conhecem de verdade. Ela diz também que acha válido existirem opiniões diferentes. "Mas quando a opinião passa a ser uma ofensa, isso diz muito mais sobre quem ofende, sobre quem julga do que sobre quem é julgado", reflete.

"Eu sou uma pessoa que foca no que me importa, em quem pensa como eu, em quem é livre. A gente hoje tem um país de fato dividido ao meio. Há as pessoas conservadoras e há as liberais. Eu sou do grupo dos liberais. E está tudo certo. Nada contra os conservadores, cada um livre nas suas escolhas."

Questionada sobre a pressão estética que existe sobre as mulheres, Deborah afirma que isso já a incomodou no passado, mas é assunto superado.

A atriz afirma não ter uma rotina de atividade física nem é adepta de restrições alimentares. "A minha genética é essa. Eu não faço ginástica, não faço dieta, eu sou assim. E eu não sei se eu tivesse que fazer, eu faria, porque eu amo comer e não gosto de malhar", diz. "Eu realmente hoje, aos 43 anos, não tenho o corpo que eu tinha. Estou bem mais molinha, mas essa sou eu. Vou envelhecer e está tudo certo", conclui.


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