SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Lollapalooza chegou à décima edição com quatro palcos espalhados pelo Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo. São estruturas construídas para tentar dar conta de entreter as mais de 100 mil pessoas que têm passeado pelo festival paulistano neste final de semana.
A marca de cervejas Budweiser dá nome ao palco principal, onde Billie Eilish se apresentou e por onde passariam a banda Blink-182 e o rapper Drake se eles não tivessem cancelado suas performances. É um palco espaçoso, com bons telões laterais Outro ponto positivo do Budweiser é justamente o local em que foi construído. O enorme campo que se estende a partir do palco é repleto de elevações e morros que dão boa vista para o palco, o que é negócio feito para quem não quer ficar espremido nas primeiras fileiras da plateia.
Além disso, dá para achar por ali um espacinho confortável para se sentar e descansar com facilidade --neste domingo, havia gente esperando para ver shows esparramada em sofás infláveis.
À esquerda dali fica o palco Chevrolet, a quase dez minutos de caminhada. É outro ponto de importância, pelo qual passaram artistas como Lil Nas X e Tame Impala. O local também foi construído na base de um morro, como o outro, o que é positivo.
O problema é que quem fica no fundo não enxerga direito nem o palco, nem os telões -no show de Lil Nas X, por exemplo, várias pessoas escalaram os ombros de colegas para conseguir ver o artista.
Ficar longe do palco é inevitável num festival se a pessoa quiser ver vários shows, é claro. Só que, neste Lollapalooza, o lineup está tão apertado que ficou quase impossível ver todas as apresentações do início ao fim.
Na sexta-feira, por exemplo, vários artistas queridinhos do público LGBTQIA+ se apresentaram com intervalos de apenas cinco minutos entre eles. Conan Gray encerrou seu show às 19h no palco Chevrolet, enquanto Kali Uchis começou a cantar o hit "Telepatía" às 19h05 em ponto no palco Budweiser.
Se a caminhada entre os dois pontos já leva quase dez minutos quando o caminho está vazio, o deslocamento demora ainda mais com a multidão que se forma entre o fim de um show e o início de outro.
É preciso decidir entre perder o encerramento de uma performance, quando geralmente os artistas entoam seus grandes hits, ou o início da apresentação de outro, também um momento apoteótico. Foi um dilema que se abateu sobre os fãs de Lil Nas X e Billie Eilish, os dois headliners de sexta-feira.
Boa parte do público que assistia ao rapper americano saiu antes das últimas músicas para garantir uma vaga mais perto de Billie Eilish. Quem ficou até a despedida dele, no entanto, teve de se contentar com os piores lugares do show dela.
Isso não aconteceria se as apresentações fossem separadas por pelo menos 15 minutos.
Parte do público que assistia ao show de Pedro Sampaio também debandou antes do final para ver o início da performance de Kali Uchis. O DJ e cantor brasileiro foi o principal nome do palco Perry's by Johnnie Walker Blonde, espaço reservado para música eletrônica.
Esse palco fica em um campo bastante espaçoso, mas sofre por causa do chão plano. É mais difícil enxergar o artista do meio da plateia se a pessoa não for alta.
Além disso, os telões laterais não costumam ser usados para exibir o artista --no caso de Sampaio, imagens psicodélicas e de clipes dele preenchiam as telas. É um desperdício.
Adidas, por fim, fica no lado oposto do Perry's, à esquerda do Chevrolet. Passaram por ali Suki Waterhouse, Melanie Martinez, Pitty e Filipe Ret. É funcional, mas também sofre por ficar num campo plano. No caso de Martinez, por exemplo, mesmo os fãs espremidos na grade lateral não conseguiam enxergar bem o palco.
O jeito foi apelar para os telões.
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