RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A novela "Travessia" (Globo) entra na reta final e um dos desfechos mais aguardados é a prisão do pedófilo que, para conseguir fotos íntimas da vítimas, se passa por uma atriz famosa, usando a tecnologia deep fake (que usa inteligência artificial para sobrepor imagens a vídeos, com resultados bastante realistas). Mineira, Danielle Olímpia é quem está no centro dessa trama e, apesar de jurar que não recebeu todos os capítulos, ela não vê a hora de ser revelada a identidade do criminoso. "Ainda não gravei essas cenas emblemáticas da Karina, mas estou bem curiosa", conta a atriz.

Interpretando uma adolescente que tem por volta de 14 ou 15 anos, Danielle já tem 24 anos e se vê como uma mulher que batalha pelo que quer. No ano passado, sem nunca antes ter pisado no Rio de Janeiro, ela saiu de São Paulo para fazer o teste para a produção da Globo e, aprovada, passou a morar na cidade. "Sempre quis trabalhar naquilo que amo. Amo ser atriz e vim para realizar um sonho", diz ela, que já era conhecida pela personagem Cacau em "Sintonia", série da Netflix.

Danielle, aliás, divide o sonho com Karina. Nos próximos capítulos da novela, o pedófilo interpretado por Claudio Tovar surgirá na tela do computador da adolescente no momento em que ela achava que faria um teste decisivo para trabalhar como atriz. A partir daí, o drama da menina vai começar a se aprofundar. Ele passará a chantagear a garota, pedindo ainda mais imagens dela, desta vez sem roupa. Caso se negue, ele ameaça divulgar o material íntimo da jovem nas redes sociais. "Vão ser cenas fortes", antecipa.

A atriz conta que vem se surpreendendo com a repercussão da trama de Gloria Perez e com a forma como isso chega até ela. "As pessoas me contam que sofreram algo semelhante e é muito difícil ouvir alguns relatos. Tenho usado as minhas redes como forma de denunciar casos de pedofilia", explica ela, que diz acreditar que a novela vem desempenhando a função social de levar a informação, conscientizar as pessoas e gerar debates.

Danielle relata ainda que nunca passou por algo semelhante ao que vive sua personagem, mas como a maioria das mulheres já passou por situações que preferia não ter vivido. "Nunca tirei fotos, ninguém nunca me chantageou. A minha experiência, quando criança, foi diferente. Estava voltando da escola, com meu uniforme escolar, quando ouvi dois homens sentados em um bar comentarem sobre em quantas vezes me passariam no cartão de crédito. Me senti mal. Contei logo para os meus pais e eles me instruíram, me acolheram e tomaram as providências necessárias diante do ocorrido."


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