SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dados de um estudo divulgado nesta terça-feira (4) indicam que o mercado de arte global ultrapassou em 2022 seu nível pré-pandemia. As vendas de obras de arte no ano passado somaram quase R$ 70 bilhões, um aumento de 3% em relação a 2021 e superior a 2019.

O principal fator para o crescimento foram as vendas na fatia mais exclusiva do mercado, aquela onde as obras de arte podem chegar a custar milhões.

Por outro lado, de acordo com a pesquisa, feita pela feira Art Basel em parceria com o banco UBS, as galerias de menor porte tiveram suas vendas praticamente estagnadas, devido a consumidores mais conscientes, preocupados com os preços num cenário de incerteza econômica e inflação em alta.

"Depois de dois anos de turbulências por causa da pandemia, 2022 começou como o primeiro ano de um impulso mais regular para vendas e atividades no mercado de arte", diz a economista cultural Clare McAndrew, uma das autoras do estudo.

"Negócios na extremidade superior tiveram um desempenho significativamente melhor do que o resto, criando uma concentração mais densa no topo e deixando as hierarquias inalteradas."

A pesquisa também indica uma queda brutal no interesse por obras de arte em NFT, depois de um boom de popularidade nos anos anteriores. Os NFTs relacionados à arte corresponderam somente a 8% das vendas na rede Ethereum, uma das principais plataformas de transação de tokens virtuais, em comparação a 24% em 2020.

Os Estados Unidos continuam abocanhando a maior fatia do mercado de arte, com 45% das vendas. Em seguida vem o Reino Unido -18%-, a China -17%- e a França -7%.

No Brasil, as vendas de obras de arte ficaram praticamente estagnadas -houve crescimento de apenas 1% em 2022 em relação ao ano anterior. O país é o principal mercado na América do Sul, região que registrou crescimento de 4% como um todo.

Ainda assim, o panorama não é favorável, dado que em 2021 os países da América do Sul tiveram um crescimento de 29% nas vendas.

Além disso, a pesquisa indica que as feiras de arte atingiram em 2022 o mesmo número de 2019, e mostra que as vendas nestes eventos representaram 35% do comércio das galerias no ano. Isto é um crescimento em comparação a 2021, porém menor do que o nível de antes pandemia, quando significavam 42% das transações.

O estudo é publicado duas vezes por ano e considerado uma referência para o mercado de arte, por fazer uma radiografia do setor com base em dados fornecidos por marchands e colecionadores.


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!