SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pianista de jazz Ahmad Jamal, que influenciou músicos de diversas gerações, morreu este domingo (16), aos 92 anos. Ele estava em sua casa, em Ashley Falls, Massachusetts, nos Estados Unidos.
De acordo com informações do The Washington Post, que conversou com o agente de Jamal, Maurice Montoya, a causa da morte teriam sido complicações de um câncer.
Ahmad Jamal tocou no Brasil em 2014, na noite de abertura do 4º BMW Jazz Festival, no HSBC Brasil, em São Paulo.
Em entrevista à Folha na época, Jamal relembrou sua primeira e conturbada apresentação no Brasil, em 1978. "O piano Steinway que estava no palco era tão velho que as teclas ainda eram feitas de marfim. Quando algumas se soltaram, eu as atirei para a plateia, que adorou. Nem pude terminar o concerto", disse, rindo.
Esse incidente não chegou a prejudicar a relação de Jamal com o Brasil. Tanto é que ele retornou outras três vezes, uma delas em 2010, quando se apresentou no extinto Bridgestone Music Festival.
"Eu já não toco mais em clubes, nem viajo muito para tocar, só mesmo em ocasiões especiais. Estou aqui outra vez porque se trata de um evento especial", justificou, na mesma entrevista.
Nascido em Pittsburgh em 2 de julho de 1930, Jamal começou a tocar piano aos três anos de idade. Aos 14, deu início à carreira e, aos 20, se mudou para Chicago.
Batizado Frederick Russell Jones, ele mudou seu nome para o que o consagrou no jazz por causa da conversão ao islamismo.
Jamal foi uma grande influência para Miles Davis, por exemplo. Uma das suas performances mais conhecidas é a versão de oito minutos da balada pop "Poinciana", de Nat Simon com letra de Buddy Bernier, de 1936.
Ele deixa a filha Sumayah Jamal e a mulher Laura Hess-Hey.
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