SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O programa Linha Direta, da TV Globo, retornou nesta quinta-feira após 15 anos fora da grade da emissora sob críticas da família de Eloá Cristina Pimentel, vítima do sequestro abordado no primeiro episódio, e fazendo alusão à interferência da apresentadora Sonia Abrão no caso.
O sequestro de Eloá, então com 15 anos, em outubro de 2008 em Santo André, na região metropolitana paulista, foi o centro de um circo midiático que culminou no assassinato dela e de uma amiga, Nayara Rodrigues.
Elas foram raptadas e feitas de refém por mais de cem horas por Lindemberg Fernandes Alves, ex-namorado de Eloá. Erros cometidos pela polícia também foram objeto de intensa cobertura dos meios de comunicação.
"Até ontem estava tudo tão bem! Estavam todos bem!", escreveu em postagem no Instagram a cunhada de Eloá, Cintia Pimentel. Ela acusou o Linha Direta de resumir a história da vítima ao sequestro e afirmou que, se estivesse viva, ela teria completado 30 anos no dia da exibição do episódio.
"Espero que isso sirva ao menos para sensibilizar o país e mostrar que algumas leis precisam ser revistas", disse.
A apresentadora Sonia Abrão, que na ocasião estava à frente do programa A Tarde É Sua, da RedeTV!, conseguiu acesso direto ao sequestrador e conversou com ele por telefone ao vivo. Embora o nome dela não tenha sido mencionado pelo Linha Direta, a referência foi notada por muitos espectadores nas redes sociais.
"Chegou um momento em que uma apresentadora de televisão se colocou na posição de negociadora. Ela começou a negociar, interrompendo a negociação da polícia", afirmou Antonio Nobre Folgado, promotor de Justiça, em entrevista ao Linha Direta.
"Mas naquele dia havia um acordo feito entre o capitão do Gate [Grupo de Ações Táticas Especiais], o irmão da Eloá, o Douglas, e o próprio Lindemberg, para ele se render."
O Ministério Público Federal chegou a mover uma ação civil pública contra a RedeTV!, pedindo uma indenização de R$ 1,5 milhão por danos morais coletivos e alegando que entrevistar o sequestrador interferiu na atuação da polícia, pondo a vida das reféns em risco.
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