CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) - Luciana Gimenez ficou feliz que o sol saiu em Cannes depois de dias de chuva. "Hoje está lindo, né? Anteontem andava com o pé debaixo da água, fazendo plaft, plaft, plaft com a sandália nova. Fiquei arrasada."

A apresentadora conta à Folha de S.Paulo que trouxe a mala cheia de vestidos desenhados por estilistas brasileiros, como Lethicia Bronstein, Isabella Narchi e Vitor Zerbinato, mas não conseguiu exibi-los em nenhuma das sessões de gala do festival francês de cinema. Não teve brecha na agenda.

"É que, como estou investindo na minha carreira de atriz, conseguimos marcar umas reuniões aqui e estamos conhecendo gente", diz ela, que já mostrou seus dotes cômicos na segunda temporada da série de comédia "A Sogra que te Pariu", da Netflix, e agora vem ao evento atrás de mais oportunidades na área.

"Agora é que as pessoas estão começando a entender que também sou atriz e, para mim, isso está sendo uma descoberta interessante", afirma. "Apresentar qualquer tipo de programa, vamos dizer assim, não é mais desafiador para mim. Fazer um papel diferente me instiga, sabe? Estou muito engajada em realmente descobrir este meu lado."

Gimenez diz que gosta de comédia, mas está aberta a outros tipos de convite. "Todos os papéis são válidos."

Por enquanto, não saiu com nada fechado das reuniões de Cannes. "Essas coisas não acontecem de um dia para o outro", diz, mas acredita que já plantou "uma sementinha".

Em meio a tanto networking, perdeu a sessão de "Killers of the Flower Moon", novo filme de Martin Scorsese, que ela gostaria muito de assistir. "O pai do Lucas [Jagger, seu filho] é super amigo dele", diz.

De fato, o cineasta costuma lotar os seus filmes com trilha sonora dos Rolling Stones, mas não é o caso desta sua obra mais recente, uma releitura do faroeste. "Scorsese é um querido, um fofo, escorpiano que nem eu", diz.

Para a noite desta segunda-feira, ela já tinha planos. "Vou na festa da Naomi", afirma, citando a modelo britânica Naomi Campbell. Mas antes precisava passar numa farmácia. "Estou doida para fazer compras."

Outra brasileira que nutre o desejo de migrar para a telona é a também apresentadora Rafa Kalimann. "Estar presente em todo este movimento, de certa forma, me aproxima do universo onde quero transitar mais e muito em breve", diz em mensagem enviada à reportagem. "São planos que já coloquei no papel e comecei a executar. Ansiosa pelo que vem por aí", afirma, ainda sem detalhar os projetos.

Esta é a segunda vez da artista na mostra francesa de cinema. "O que me trouxe de volta ao festival foi a energia que o cinema tem. Sou movida pela arte, tenho grandes planos de participar de produções cinematográficas especiais como as que concorrem em Cannes", diz ela, acrescentando que o evento "inspira, motiva, enche nossos olhos de referências e nossa mente de ideias".

Kalimann levou um vestido preto e branco enfeitado com laço enorme, obra do libanês Tony Ward. De braços dados com o namorado, foi assistir ao longa de Scorsese. Mas disse que gostou mesmo foi de "Firebrand", coprodução britânica dirigida pelo cearense Karim Aïnouz, em competição pela Palma de Ouro. "Gostaria de poder ter mais tempo para apreciar tanta obra cinematográfica no festival."

Foi também na exibição do filme de Aïnouz que a atriz global Marina Ruy Barbosa mostrou o seu look preto-translúcido Armani Privé, que deixou seus seios à mostra. Presença constante no festival --embora nunca tenha participado de qualquer filme selecionado pelo evento--, ela "roubou a cena no tapete vermelho", segundo um site de fofoca.

Não foi bem assim. Naquela sessão de gala, as câmeras dos paparazzi estavam mais interessadas em cliques do casal Michael Fassbender e Alicia Vikander --esta, a protagonista do filme--, além das oscarizadas Michelle Yeoh e Marion Cotillard, que também prestigiaram a exibição.

Outra brasileira que aproveitou o tapete vermelho de Cannes foi a modelo paulistana Bruna Biancardi. "Gente, tô vendo que vocês estão falando sobre as minhas joias. Sim, elas são ma-ra-vi-lho-sas", dizia em vídeo postado nas suas redes sociais enquanto acariciava um colar de esmeraldas da joalheria Chopard como se fizesse cafuné num gatinho.

Mas a moça, grávida do próximo filho do jogador Neymar, logo tratou de avisar os seus 5 milhões de seguidores: "Obviamente, as joias são emprestadas. Como elas são muito caras, eles mandam até segurança, que não saem do meu lado".

No fim da noite, ela teve um trabalhão para tirar do pescoço a peça, avaliada em cerca de R$ 54 mil. "Ninguém consegue abrir. O segurança já tentou. Acho que vou ficar com ela para mim", brincou no vídeo.

Perrengue chique, como notaram os portais brasileiros de fofoca. Todo mês de maio, eles são abastecidos pela presença de celebridades e subcelebridades que desembarcam na cidade francesa, entre cinéfilos cabeçudos e gente da indústria, para pegar carona nos holofotes do festival mais importante do gênero.

No ano passado, com tantos ex-BBBs brasileiros, coaches e gente alheia ao métier do cinema, houve quem dissesse que Cannes parecia a "farofa da Gkay", festa anual que é sinônimo de meca da baixaria.

Quem tem um conselho para os novatos é Luciana Gimenez. "Red carpet é mais badalação", afirma. "Não se faz business no tapete."


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