SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), entrou com uma ação contra o cantor Roger Waters para que ele seja impedido de ingressar no país e realizar shows em território nacional. A informação foi confirmada à Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (9), pelo próprio Bergher.
No pedido, além dos impeditivos, Bergher e duas advogadas solicitam que haja escolta policial em eventuais apresentações que ele faça no Brasil. A ação foi motivada por Waters ter vestido um uniforme de estilo nazista em um show em Berlim, no último dia 17 de maio, de cor preta e com braçadeiras vermelhas.
A imprensa alemã também informou que, durante o show, o artista exibiu em um telão os nomes de várias pessoas falecidas, incluindo os de Anne Frank, a adolescente judia que morreu em um campo de concentração nazista, e de Shireen Abu Akleh, a jornalista com cidadania palestina e americana do canal Al Jazeera que faleceu em uma operação israelense em maio de 2022.
O pedido movido por Bergher também cita outras declarações que referenciaram o judaísmo e o nazismo em apresentações na última década. à Folha, o advogado disse que espera um retorno das autoridades -a ação foi endereçada ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A demanda foi endereçada a Dino no último dia 29.
"Entrei com o pedido como cidadão, brasileiro e judeu", afirma Bergher. Sobre Waters, ele é direto: "Ele é um nazista que deve ser contido e preso".
No caso de Waters ingressar no Brasil, o solicitante também deseja que sejam escaladas polícias Federal e Civil para monitorar as apresentações do artista. Waters está com seis shows marcados no Brasil, entre outubro e novembro, em Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. As performances integram a turnê de despedida, "This is Not a Drill".
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