RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Jorge Florêncio é carioca e, apesar de estar em seu terceiro papel na teledramaturgia, se considera um ator veterano, afinal, são 20 anos de experiência no teatro. Mesmo não sendo um novato, ele ainda fica mexido, emocionado mesmo, ao gravar suas cenas em "Amor Perfeito". Jorge é quem interpreta o Jesus negro que aparece para o menino Marcelino (Levi Asaf) na novela das 18h, da Globo, protagonizada por Camila Queiroz, na pele de Marê, e Diogo Almeida, como o médico Orlando.
"São cenas emblemáticas porque exaltam sentimentos fortes como a amizade e a fé. Fico mexido com o texto e tem também a questão de poder viver um Jesus não eurocêntrico em uma novela", observa Jorge. "Sempre empurraram goela abaixo essa imagem de um homem branco com cabelo loiro e olhos azuis e pra mim é muito importante estar interpretando uma divindade negra neste momento histórico sobre a nossa representatividade na teledramaturgia", completa, referindo-se ao protagonismo de atores negros em outras produções da emissora.
Aos 37 anos, Jorge revela ter perdido 10 quilos para atuar na novela escrita por Duca Rachid e Júlio Fischer. Para completar a preparação do personagem, ele leu vários trechos da Bíblia e o romance "Marcelino Pão e Vinho" (1953), obra do escritor espanhol José Maria Sánchez Silva que serviu de inspiração para a trama. Jorge, na verdade, estava escalado para outro papel.
"Fiz testes e passei para outro papel, que simplesmente desapareceu da história. Fiquei chateado, mas deixei nas mãos do destino. E não é que muitas semanas depois, me chamaram de volta e perguntaram se eu aceitaria ser Jesus? Cheguei a chorar. Coisa do destino", diz ao F5.
Perguntado sua fé, ele conta que foi criado dentro do cristianismo, mas não tem religião. "Sou devoto de São Jorge e só", resume o também terapeuta holístico, que além das gravações da novela e da massoterapia, divide seu tempo entre a direção do musical infantil "Hora do Blec - Sonhos", projeto do ator David Júnior, e a criação de projetos audiovisuais, junto a um coletivo do qual faz parte.
"Estamos com dois documentários em fase de finalização: 'Kondima - Sobre travessias', produção que conta a luta dos refugiados no Brasil, e 'Mulheres Bambas' sobre a trajetória feminina no samba desde a década de 30", destaca
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