RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Gustavo Reiz sempre gostou de novelas clássicas, com rivalidades entre irmãs. Gostava também das tramas que envolvessem buscas por recompensas e tesouros, fossem eles materiais ou sentimentais. Foi partindo dessas duas premissas que o autor desenvolveu "Fuzuê", próxima produção da Globo para faixa das 19h.
Estreante na emissora após 14 anos na Record, Reiz diz que sente a ansiedade natural para alguém que passará a lidar com uma pressão muito maior por audiência -ainda mais substituindo o furacão "Vai na Fé". A novela de Rosane Svartman vem batendo recorde de ibope e faturamento. Reiz diz que confia no seu taco. "Ninguém escreve, trabalha ou produz uma novela pensando em outra coisa a não ser no sucesso. Ninguém", comenta o autor, que tem duas jovens estrelas no elenco: A mocinha, Giovana Cordeiro, e a vilã, Marina Ruy Barbosa, como Preciosa.
"Preciosa é poderosa e perigosa e espero que ela não tenha limites. Estou pronta para tudo", reforça Marina, que volta às novelas depois da tumultuada "O Sétimo Guardião" (2019), de Aguinaldo Silva. Giovana diz estar ciente da "enorme responsabilidade" de ser a protagonista e comemora o fato de ter sido sempre a primeira opção do autor. "Uma honra, porque o roteiro dele é incrível", diz. Veja a entrevista com Gustavo Reiz.
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PERGUNTA - Como é estrear na Globo depois de tanto tempo (14 anos) trabalhando na Record?
GUSTAVO REIZ - Sou um novelista noveleiro (risos). Cresci assistindo a Globo e estou honrado em saber que a minha sinopse foi aprovada por Silvio de Abreu, um autor que admiro muito. 'Fuzuê' é uma novela feita para quem gosta de novelas.
P - E a pressão de substituir 'Vai na Fé'?
GR - Não vejo como pressão. Vejo como sorte e também um privilégio. Adoro 'Vai na Fé' e vibrei com o sucesso da Rosane Svartman. Claro que tem aquela pressão interna, e eu quero entregar para o público emoção, diversão e engajamento como eles estão tendo agora.
P - Está confiante?
GR - Eu acho que ninguém escreve, trabalha ou produz uma novela pensando em outra coisa a não ser no sucesso. Ninguém.
P - Não é raro um autor escrever um personagem pensando no ator que vai interpretá-lo. Aconteceu em 'Fuzuê'?
GR - Tenho dois casos que eu escrevi pensando diretamente na pessoa. A primeira foi a Giovana Cordeiro. Ela estava em 'Verão 90' (2019). Quando a vi como Moana, pensei nela para a trama que eu estava desenvolvendo na época. A segunda foi a Marina Ruy Barbosa. Na construção da Preciosa, escutava a voz dela nas frases que escrevia (riso).
P - Era uma novela para estrear há três anos e, com certeza, você deve ter feito algumas mudanças e adaptações...
GR - (Interrompendo) O mundo mudou em três anos e eu precisei rever alguns blocos e ajustar algumas coisas porque nossos hábitos mudaram e enfrentamos várias dificuldades. Quis potencializar na novela as coisas boas, sabe? A gente vem de um momento muito pesado da humanidade e queria que minha história fosse uma comédia para as pessoas se divertirem.
P - "Fuzuê" não tem drama?
GR - Tem! Tem todos os elementos da dramaturgia, mas não quero que ninguém fique triste ou que tenha algum gatilho com 'Fuzuê'.
P - É muito diferente ser autor na Globo e ser autor na Record?
GR - Não. O nosso trabalho é contar uma história em qualquer emissora. A dedicação de toda uma equipe é a mesma e me dediquei tanto às novelas que eu fiz na Record, como estou me dedicando na Globo.
P - Mas agora você pode trabalhar temas que não sejam bíblicos, por exemplo.
GR - O autor precisa primeiro saber que ele trabalha para uma empresa, e saber quais os objetivos dela com a sua história. Não estou aqui para afrontar nada. Estou aqui para contar uma história.
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