RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O diretor iraniano Saeed Roustayi, 34, foi condenado a seis meses de prisão e proibido de fazer filmes durante cinco anos após exibir a produção "Os Irmãos de Leila" no Festival de Cannes no ano passado.

O cineasta e o produtor Javad Noruzbegi foram condenados pelo tribunal de Teerã, que afirmou que os dois contribuíram "para a propaganda da oposição contra o sistema islâmico" no Irã, segundo informações do site iraniano Etemad e divulgadas na revista Variety.

O filme de quase três horas narra a história de uma família em situação de extrema pobreza, que vive no período de uma grave crise econômica no Irã. Com o cunho social, o longa-metragem foi proibido no país desde o lançamento no ano passado. Segundo as autoridades, a produção descumpriu "as regras ao participar sem autorização em Cannes e depois em Munique".

Como parte da pena, os dois serão obrigados a fazer um curso de cinema, onde irão preservar os interesses nacionais e éticos, segundo informações da AFP.

Eles cumprirão cerca de nove dias de prisão, enquanto o restante da sentença será suspenso por cinco anos. Os dois têm 20 dias para recorrer diante da decisão.

O diretor esteve recentemente na França para presidir o júri do Festival Nouvelles Vagues em Biarritz. O festival reagiu rapidamente à notícia da sentença do cineasta iraniano. "Nós, do Nouvelles Vagues, o Festival Internacional de Cinema de Biarritz, ficamos em choque quando descobrimos que o diretor Saeed Roustayi foi condenado a seis meses de prisão -e proibido de fazer outro filme por cinco anos- por espalhar propaganda antirregime. Seu único crime é ser um cineasta de espírito livre."


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