A preparação para a candidata do Paraná, Valentina Veiga, começou meses antes da chegada no palco do Miss Brasil Gay, realizado no último último sábado (19), em Juiz de Fora. Ela foi o 3º lugar no concurso Miss São Paulo Gay 2023 e foi convidada para representar o estado do Sul do país na competição. Valentina namora Raphaella Albuquerque, transformista que veio a Juiz de Fora para atuar na produção da companheira. Um imprevisto impediu a participação da Miss Mato Grosso do Sul, Nalanda Woman. O coordenador da Miss Nalanda, então, chamou Raphaella para participar. Com isso, o casal dividiu o palco da premiação, algo que, até então, era impensável para ambas.

Valentina e Raphaella estão juntas há 8 anos. Elas começaram na arte transformista respectivamente em 2010 e 2016. “Concorremos juntos. As pessoas ficam surpresas, porque é algo bem atípico mesmo. Mas conseguimos nos ajudar e levar tudo com bom espírito. É uma competição, mas sempre temos muita empatia e amor um pelo outro. Somos apaixonados pela arte do transformismo e amamos colaborar com a evolução e sucesso um do outro”, confidencia Valentina.

Tudo pareceu contribuir positivamente para que a participação de Raphaella ocorresse da melhor maneira. Os trajes de Nalanda estavam com o coordenador dela e serviram perfeitamente em Raphaella. Valentina sempre leva acessórios e outros itens extra, para evitar surpresas. Como as duas usam o mesmo tamanho de roupas e sapatos, também foi simples solucionar alguma pendência

“Mas Raphaella foi muito corajosa de aceitar esse desafio assim de última hora. Eu achei que foi muito mágico! A gente mora muito longe, são quase mil quilômetros de distância. Fizemos a viagem toda de carro. Fomos primeiro para São Paulo, depois paramos no Rio de Janeiro e, então, chegamos em Juiz de Fora. Foi uma aventura participar do concurso. Viemos embora com a sensação de quero mais”, considera a representante do Paraná.

Durante o desfile, o casal não conseguiu se ver. Uma estava no palco, enquanto a outra esperava a hora de entrar. Dividir a experiência, conforme Valentina, foi formidável. “Ver algumas misses que a gente já conhecia pessoalmente, outras que eram inspiração, tem essa troca, essa conexão. São pontes que a gente abre pra vida toda. A gente deixa um pouquinho da gente com as pessoas e leva um pouquinho delas conosco também.”

Os planos do casal incluem participar das seletivas estaduais para garantir uma vaga para a edição de 2024 do concurso. “É a realização de um grande sonho. A gente acompanha o concurso desde 2017. Todo ano a gente assiste, de casa, através do Youtube, ao vivo,  a disputa acontecer. E a gente sempre pensou:’um dia nós estaremos lá naquele palco, participando.' Só que a gente não imaginava que seria juntos, né? Foi uma grata surpresa da vida essa oportunidade.”

A vivência, na avaliação de Valentina repercute de maneira impactante sobre as carreiras de ambas. “Às vezes, a gente nem imagina esse alcance que as redes sociais têm hoje sobre a nossa arte. Muita gente que já admirava o nosso trabalho acabou mandando mensagem, falando que acompanhou ao vivo, muita gente postou vídeos no Facebook, na internet, marcando a gente, parabenizando, as pessoas vibram junto conosco. Isso é muito legal.” Além disso, segundo a Miss Paraná, essa visibilidade contribui para que outras artistas se inspirem, assim como, um dia, ela e a Miss Mato Grosso do Sul também fizeram.

“Para a gente, é muito bom saber também que o nosso trabalho consegue inspirar outras pessoas. Fomentar a arte do transformismo e incentivar outras pessoas a continuarem participando sabendo que ela ainda é pouco valorizada no nosso país. Essa é a nossa função. Outras vieram antes e estamos aqui com força, aumentando a base dessa arte”, avalia a Miss Valentina.

Compartilhar a trajetória no evento com a companheira, para ela, é reforçar o laço e a conexão do casal. “A gente acaba ampliando a parceria, vendo como temos gostos parecidos. Poder sonhar juntas e dividir essas realidades é um prazer imenso, um combustível para o amor”.

Algo que superou qualquer expectativa que ela e Raphaella pudessem ter criado antes.
“O meu coordenador sempre falou que pisar no palco de Juiz de Fora faria eu sentir algo que nunca senti na vida. Tenho bagagem de outros concursos, outras experiências que também foram mágicas, mas realmente, só quem pisa no palco do Miss Brasil Gay de Juiz de Fora sabe o que é viver essa emoção”, conclui Valentina. .

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