RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Eram pouco mais de sete horas e a socialite Narcisa Tamborindeguy --com seus habituais óculos escuros em lentes de abacaxi cravejadas de brilhantes-- chamava o público com o megafone para o "show do século", a apresentação do DJ Alok em Copacabana, praia que emoldura as janelas do apartamento da socialite.

Com ou sem o grito de guerra da "Face of Rio", a festa já estava pronta. Com um público estimado de 1 milhão de pessoas, cerca de 1/3 daquelas que costumam ocupar a praia no Réveillon, a apresentação é parte da celebração do centenário do hotel Copacabana Palace.

A organização do evento foi digna da tradicional festa de fim de ano. Com direito a uma pirâmide em que reluzia o nome do DJ --que celebra 32 anos neste 26 de agosto-- e esquema especial de trânsito. Trata-se, afinal, de um dos 4 DJs do mundo, segundo a revista "DJ Mag", especialista em música eletrônica.

O show abriu com direito a contagem regressiva e a pergunta exibida no telão da pirâmide: "Se você pudesse voltar ao tempo, para qual memória você iria?". Na sequência, foi refletida a entrada do DJ no palco, para o delírio do público que segurava os celulares na mão. Fogos de artifício completaram a entrada.

Entre a fachada do hotel, as areias e às ruas de Copacabana, o que se via, porém, era o contraste entre o que Copacabana almejou ser quando o neoclássico hotel que recebeu figuras do mundo inteiro foi erguido - e o que se tornou.

Protegido como um palácio em Kiev, com cercas de arame, a salvo da massa que afluía das estações de metrô e dos ambulantes que vendiam copos com o nome e a foto de Alok, o hotel buscava reluzir entre o passado, o presente e o futuro.


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