RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Foi com entusiasmo que o público do Festival do Rio recebeu Sidney Magal na noite desta sexta-feira (6) para a primeira exibição de "O Meu Sangue Ferve por Você", filme que não é exatamente uma biografia.
Dirigido por Paulo Machline, o longa-metragem é, na verdade, um romance que acompanha os tons bregas e melosos da própria carreira de Magal, repleta de versos passionais e movimentos hiperbolicamente sensuais.
Filipe Bragança põe a pélvis para rodar e veste as camisas abertas no peito ao encarnar Magal em sua juventude, no fim dos anos 1970, quando deixa Sandra Rosa Madalena para lá e passa a dedicar seu coração exclusivamente a Magali, menina de Salvador que o esnoba.
Ele se apaixona de cara. Ela resiste. Aos poucos, o jeito mulherengo vai dando espaço a um romântico incorrigível. Tudo, é claro, temperado com as principais músicas de sua carreira, entoadas por Bragança, que entrega uma performance capaz de enganar até o mais fiel dos fãs de Magal.
"Eu quero ver o filme mais do que todo mundo, porque essa história surgiu de um amor, e esse amor existe a vai viver para sempre. É o amor da minha vida", disse Magal antes da sessão, num blazer coberto por lantejoulas pretas, destacando a presença da Magali real na plateia. "Minha carreira foi feita em cima do amor, então tinha que ver essa história nos cinemas."
"O Meu Sangue Ferve por Você" flerta com o gênero musical ao pôr todos os seus personagens para cantar e dançar, em cenas que rompem com a lógica no melhor estilo Broadway. São cafonas, como a musicalidade de Magal pede, e se aventuram até no funk, com batidas misturadas a "Sandra Rosa Madalena" numa cena em que vários dançarinos fazem voguing ao redor dos protagonistas.
Na próxima sequência musical, Magali, vivida por Giovana Cordeiro, faz dancinhas que poderiam estar no TikTok, enquanto ela desce as ladeiras de Salvador, apaixonada. Há até espaço para Caco Ciocler, no óbvio papel do empresário vilanesco, usar as cordas vocais com passos enérgicos para deixar fluir a sua raiva e frustração.
Quando acabou, o Cine Odeon, histórico cinema onde a première ocorreu, cantou em coro a música que dá nome ao filme, enquanto Emanuelle Araújo, que faz a mãe de Magali, aparecia sedutora em meio aos créditos finais.
O público peregrinou, então, para o teatro Rival, outro patrimônio carioca, que recebeu o Magal da vida real para uma performance que levou muitos ao delírio, incapaz de deixar os presentes na pista de dança cientes de que, há poucos meses, o músico precisou ser socorrido no meio de um show após um pico de pressão arterial.
"Imagina se eu estivesse cantando 'Me Chama que Eu Vou'. Por isso comecei a abrir os shows com ela", disse o cantor, bem-humorado.
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