SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu neste domingo (26) Alberto Vasconcelos da Costa e Silva, aos 92 anos. Acadêmico, diplomata, poeta e historiador, ele ocupou a cadeira de número nove da ABL, a Academia Brasileira de Letras, e foi referência em estudos sobre o continente africano.

Segundo nota divulgada pela ABL, a morte foi por causas naturais. Alberto era viúvo e deixa três filhos, sete netos e uma bisneta. A cerimônia de cremação acontecerá na segunda-feira (27) e será restrita a familiares.

Natural de São Paulo, viveu em Fortaleza e, em 1943, se mudou de vez para o Rio de Janeiro, onde se formou diplomata pelo Instituto Rio Branco. Entrou para a ABL nos anos 2000, sucedendo Carlos Chagas Filho. Presidiu a entidade entre 2002 e 2003.

Especialista na cultura e história africana, Alberto da Costa e Silva foi embaixador do Brasil na Nigéria e no Benin entre os anos 1970 e 1980. Ao longo de sua trajetória, escreveu cerca de 40 livros de poesia, história e memória.

Dentre alguns prêmios, foi condecorado como doutor honoris causa em letras pela Universidade Obafemi Awolowo, além de história pela Universidade Federal Fluminense e pela Universidade Federal da Bahia.

Em 2003, recebeu o Prêmio Juca Pato de intelectual do Ano e, em 2014, o Prêmio Camões, a principal honraria em língua portuguesa.

A partir de "Os Africanos no Brasil", de Nina Rodrigues, e "Casa Grande Senzala", de Gilberto Freyre, Alberto da Costa e Silva passou a se interessar pela história africana. Viajou para o continente pela primeira vez em 1960, desembarcando na Nigéria.

Suas obras e pesquisas são fundamentais para a compreensão da história e cultura da África. Algumas das principais são "A Enxada e a Lança", "A Manilha e o Libambo" e "África Explicada aos meus Filhos".

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