SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Netflix anunciou nesta terça-feira, dia 12, que vai passar a divulgar mais dados de audiência dos filmes e séries disponíveis na plataforma. Duas vezes ao ano, o gigante do streaming publicará a quantidade de horas vistas para cada conteúdo num determinado semestre, o que ajudará público, mercado e imprensa a medir o sucesso ou fracasso de uma obra.
Tomada no rescaldo da greve de atores e roteiristas de Hollywood, que entre suas críticas fazia um ponto contundente contra a falta de transparência no streaming, a decisão também dará mais clareza para criadores e produtores, que já foram a público reclamar de cancelamentos de séries, por exemplo, sem que a eles fossem apresentados dados de audiência como justificativa.
Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, e Lauren Smith, vice-presidente de estratégia e análise da empresa, comandaram o evento virtual, ressaltando que "administram o negócio tentando sempre agradar aos membros" da plataforma. "Não ter dados de forma transparente gerava uma falta de confiança entre criadores e produtores", disse ainda Sarandos.
Intitulado O que Nós Assistimos: Um Relatório de Engajamento da Netflix, o levantamento será publicado a cada seis meses e vai compilar, além da quantidade de horas vistas por filme ou série, dados sobre data e território em que cada lançamento foi disponibilizado. As informações, consideradas básicas, não estavam disponíveis até então.
Vale dizer que só entrarão no relatório os títulos que atingirem ao menos 50.000 horas vistas globalmente. De acordo com a Netflix, isso equivale, no primeiro levantamento feito, a cerca de 18.000 produções e 99% de todas as visualizações dentro da plataforma.
O mais próximo que a plataforma tinha de um relatório de audiência eram suas listas de mais vistos. Agora, dados utilizados internamente e até então indisponíveis por serem considerados estratégicos virão a público pela primeira vez.
Entre os novos dados já divulgados está a porcentagem que os assinantes dedicam a conteúdos próprios da Netflix, contra conteúdos licenciados, produzidos por terceiros -55% contra 45%. Também foi tornado público que 30% das visualizações no primeiro semestre deste ano foram para conteúdos em língua não inglesa.
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