SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A escritora Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura, aderiu à iniciativa Strike Germany, que promove boicote a instituições culturais financiadas pela Alemanha em solidariedade à Palestina. O movimento, que critica o suporte irrestrito do país alemão a Israel, é apoiado por mais de 500 artistas.
Ernaux é uma das artistas de maior peso a assinar a Strike Germany. A francesa apoia também o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções, que incentiva o boicote total a Israel, e que a parabenizou quando ela venceu o Nobel em 2022.
Não é a primeira vez que Ernaux se manifesta sobre a política internacional. No ano passado, ela teve o visto negado para entrar na Argélia e não pôde participar de um evento literário no país.
À época, analistas consideraram que a decisão teve relação com um artigo que Ernaux assinou no qual ela e outras personalidades pediam a libertação do jornalista argelino Ihsane El Kadi e denunciavam a perseguição da qual ele é vítima no país.
Autora de obras como "O Lugar", "Os Anos" e "O Acontecimento", Ernaux escreve num limiar entre a ficção e o relato documental. Seus livros contam histórias autobiográficas ao mesmo tempo em que refletem sobre o contexto social em que foram vividas.
Ernaux era filha de um comerciante pobre na região rural da França e saiu de casa para estudar letras e se formar professora na Universidade de Rouen.
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