Minas Gerais registrou 51 denúncias de intolerância religiosa nos primeiros seis meses deste ano. O Estado fica em terceiro lugar no ranking, atrás dos estados do Rio De Janeiro, com 97 denúncias e São Paulo, com 111. Tendo em vista esses números, Juiz de Fora sediará entre os dias 25 e 28 de agosto, o “19ª Feijão de Ogun – A Construção de Territórios Livres”. O evento busca discutir as desigualdades que atingem a população negra e a importância de perpetuar a cultura de matriz africana. Serão quatro dias de programação com música, dança, roda de conversa, cortejo, exibição de filme, além da 2ª Feira de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária, que acontece no Parque Halfeld.
O evento é uma iniciativa do Movimento Negro Unificado (MNU) e pelo Instituto Feijão de Ogun, com apoio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Serão abordados temas que irão discutir as desigualdades que envolvem a população preta, além de debater a cultura de matriz africana.
Participam do evento o teólogo Leonardo Boff, que estará em uma mesa de diálogo com Mariana Gino, secretária-geral do Centre International Joseph Ki-Zerbo pour l'Afrique et sa Diaspora/N'an laara an saara (CIJKAD). A população em situação de rua irá receber 400 marmitas que serão distribuídas por instituições que trabalham com este público. A organização também estará recebendo doações de absorventes e alimentos não perecíveis.
Programação:
Dia 25 | Quinta-feira
* 14h - Apresentação de filme - Cine Fanon - Anfiteatro João Carriço
* 18h - Cortejo com Muvuka, Ingoma, Maracatu Estrela na Mata e Afoxé Filhos de Oyá | Trajeto: saída da Praça da Estação - Rua Halfeld - Calçadão - Paço Municipal
* 19h30 - Cerimônia de abertura, no Espaço Cidade
* Saudação de abertura com toque dos Ogãs e homenagem a Caxambú – Matuté de Xangô, com pintura de tela pelo artista urbano Stain
* Abertura da exposição “Magia Negra” – Curadoria: Lorraine Mendes, com trabalho dos artistas Felipe Stain / Paula Duarte / Renata Dorea / Criolets / Andressa Silva
* Roda de conversa - Memória Social do Povo Negro em Juiz de Fora, com Juliana Quadros, Quêner Chaves, Makota Celinha, Paulo Azarias e a diretora-geral da Funalfa, Giane Elisa Sales de Almeida
* Apresentação cultural: Sil Andrade e Edinho Negresco
Dia 26 - Sexta-feira
* 10h às 21h - 2ª Feira de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária – Parque Halfeld
* 10h - Discotecagem com DJ Alex Paz
* 14h - Roda de Conversa - Saúde da População Negra e os Conhecimentos Tradicionais dos Povos de Matriz Africana
* 16h - Discotecagem com DJ Alex Paz
* 18h – Mulheres do Samba
* 19h – Paticumbum
* 20h - Ingoma
Dia 27 - Sábado
* 9h - Encontro das Mães do Axé: Cambonas, Ekedys, Makotas, Ajoiés e Iyarobás
* 10h às 21h - 2ª Feira de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária – Parque Halfeld
* 10h - Caminhada Juiz de Fora Negra
* 11h – Discotecagem com DJ Alex Paz
* 14h - Roda de Conversa Inter-Religiosa, com Leonardo Boff e Mariana Gino
* 15h30 - Guerreiras de Clara
* 17h – Slam de Ogun, com apresentação de Laura Conceição
* 19h30 – Muvuka
Dia 28 - Domingo
* 10h às 18h - 2ª Feira de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária – Parque Halfeld
* 11h– Roda de Capoeira
* 12h - Distribuição do Feijão de Ogun em instituições que atendem a população de rua
* 13h30 - Afrolata
* 14h30 - Batuque na Roda
* 16h - Samba de Roda com Diogo Veiga e Makamba
3 casos por dia de intolerância religiosa foram registradas no País
Ainda sobre os casos sobre intolerância religiosa, em todo o Brasil, foram 545 casos registrados nos primeiros seis meses do ano, o equivalente a 3 registros por dia. As denúncias são recebidas pelo Disque 100, serviço de denúncia por violações de direitos do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos.
Em comparativo ao mesmo período de 2021, houve um aumento de 17% nas denúncias de intolerância religiosa. No ano passado, ao todo foram 1.017 registros. O Disque 100 é um serviço de disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos. É através desse serviço que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos recebe, analisa e encaminha aos órgãos de proteção e responsabilização as denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, população LGBTQIAPN+, população em situação de rua, entre outros.
O canal pertence ao governo federal e funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas em todo território nacional de forma direta e gratuita e qualquer pessoa pode realizar uma denúncia relacionada à violação de direitos humanos.
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