Quarta-feira, 14 de outubro de 2009, atualizada às 17h58

Hemocentro diploma crianças e jovens do Programa Doador do Futuro

Aline Furtado
Repórter

O Hemocentro de Juiz de Fora diplomou, na tarde desta quarta-feira, 14 de outubro, 18 alunos representantes de instituições de ensino parceiras do Programa Doador do Futuro. Trata-se do reconhecimento pela atuação e envolvimento nos trabalhos realizados por alunos e professores.

O programa foi criado há 18 anos, com o objetivo de levar o tema da doação para dentro da escola, contribuindo para despertar a consciência crítica e mudar a cultura cercada de tabus referentes à doação de sangue. O Doador do Futuro desenvolve atividades como palestras, visitas dos alunos ao Hemocentro, além de ações pedagógicas.

Para o gerente técnico do Hemocentro, Sebastião Avelar, o programa tem grande importância porque trabalha a educação para a doação. "O trabalho com crianças e jovens traz dois tipos de resultados. Eles poderão se tornar futuros doadores, além de atuarem como disseminadores conscientes junto à família e à comunidade. A diplomação significa nossa homenagem e nosso agradecimento."

O gerente esclarece que a questão da doação de sangue esteve, até os anos 60, relacionada com o modelo americano, que engloba o pagamento aos doadores. "Somente a partir de 1960 é que o modelo altruísta, ou seja, que não relaciona à remuneração, foi adotado. Mas ainda existem muitas barreiras e tabus a respeito da doação de sangue."

De acordo com a funcionária responsável pela captação de doadores do Hemocentro, Ana Eliza Alvim, em todo Brasil, 1,8% da população é doadora. Em Juiz de Fora, a média é de 2,7%, o que significa cerca de 30 mil pessoas doando sangue a cada ano. "O Ministério da Saúde considera ideal que 3% a 5% da população faça doações três vezes ao ano." Avelar ressalta a importância da conscientização das pessoas. "O Hemocentro atende a 58 hospitais de Juiz de Fora e a cerca de 30 municípios da região."

Segundo a assistente social do Hemocentro, Eliane Gomes, responsável pela implantação do projeto, o trabalho com crianças e jovens tem reflexos imediatos e a longo prazo. "Eles guardam para o resto da vida aquilo que aprendem quando novos. A educação pode transformar a saúde pública." Para a representante da Superintendência Regional de Ensino, Laura Costa Barreto, o trabalho é de sensibilização. "A partir do esforço coletivo, consegue-se salvar vidas."

A coordenadora pedagógica da Escola Municipal Gabriel Gonçalves da Silva, Maria Tereza Schröder Gonçalves, conta que a instituição, que atende a alunos de 8 anos até a idade adulta, faz parte do programa desde o início deste ano. Segundo ela, outro projeto para incentivar a doação de sangue deverá ser desenvolvido na escola. "Nossa intenção é trabalhar a questão da doação de forma integrada com as disciplinas."

As instituições de ensino que participaram do projeto nos anos de 2008 e 2009 e foram diplomadas são: Colégio dos Santos Anjos, Escola Estadual Juscelino Kubitschek, Escola Modelo Monteiro Lobato, Escola Municipal Gabriel Gonçalves da Silva, Escola Municipal Manuel Bandeira, Escola Municipal Murilo Mendes, Legião da Boa Vontade, além da Escola Municipal Anália Campos, de Matias Barbosa, e do Ginásio Estadual Deputado Oliveira Souza, de Bicas.

Alunos e professores de escolas públicas ou privadas que têm interesse em participar do Programa Doador do Futuro devem entrar em contato pelo telefone (32) 3257-3113.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes