SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu a criação de um ministério de pequenas e médias empresas caso tenha sucesso nas eleições de outubro.
A fala foi feita no seu segundo dia de campanha, em uma reunião com empresários.
"Antes de deixar a presidência, eu propus criar um ministério da micro e pequena empresa. Eu tinha consciência de que não era possível tratar o problema da Volkswagen junto com o problema do mecânico que existia do lado da Volkswagen", afirmou.
Mais ao final do discurso, Lula disse que, caso vença as eleições, seu governo criaria algumas pastas. "Eu não sei se está funcionando o ministério da pequena e média empresa, mas vai ter que funcionar", afirmou.
O evento, em um hotel no centro de São Paulo, não contou com a presença formal de associações da categoria, mas com empreendedores simpáticos à candidatura de Lula.
Falaram empresários do setor de cultura, gastronomia e construção civil, entre outros. Dificuldades na pandemia e inflação deram o tom dos discursos.
Convidados passaram por detector de metais em um esquema de segurança que tem sido reforçado desde a pré-campanha.
O petista deve intensificar conversas com o empresariado ao longo do período eleitoral, grupo que oferece mais resistência.
"Lula não tem apoio majoritário no setor dos empresários --nem no setor dos pequenos empresários", afirma Tita Dias, sócia do restaurante paulistano Canto Madalena.
Filiada ao PT, ela atribui parte da culpa ao próprio partido, por não colocar o empresariado em suas falas. A oposição à reforma trabalhista, diz ela, também pode ter espantado o grupo.
A revogação da reforma trabalhista chegou a ser debatida na campanha de Lula, que posteriormente recuou.
"É preciso melhorar a reforma trabalhista", opina Dias. "Como petista e empresária, eu acho que houve mudanças importantes na reforma."
Hoje há 18,6 milhões de pequenas e médias empresas, que correspondem a mais de 90% de todos os CNPJs do Brasil. Os MEI, ou microempreendedores individuais, são quase 60% do total.
A última categoria foi criada em 2008, no segundo mandato de Lula. A medida, junto com a criação do Simples Nacional, foi relembrada nos discursos do evento desta terça.
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