SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar iniciou os negócios desta segunda-feira (22) em alta frente ao real, captando a direção da moeda norte-americana no exterior em meio a renovadas preocupações com a crise do gás na Europa que derrubou o euro de novo abaixo da paridade ante a divisa dos EUA.

Às 9:05 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,37%, a R$ 5,1877 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,30%, a R$ 5,2040.

Lá fora, o índice do dólar ?que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas? subia 0,25%, a 108,420. O euro tinha queda de 0,37%, a US$ 0,9997.

Na última sexta-feira (19), o dólar comercial à vista fechou o dia praticamente estável, com queda de 0,05%, cotado a R$ 5,1680. No acumulado da semana, houve elevação de 1,85% contra o real.

Investidores chegaram ao final da semana reconsiderando suas expectativas de que a inflação mundial e, principalmente, nos Estados Unidos, teria atingido o seu pico.

Essa sensação enfraqueceu a esperança de parte do mercado de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) poderia em breve diminuir a velocidade de elevação da sua taxa de juros.

A expectativa de juros mais altos atraiu investimentos para os títulos do Tesouro dos Estados Unidos e, consequentemente, valorizou a moeda do país, ao mesmo tempo em que prejudicou o desempenho dos mercados de ações na sexta.

Na Bolsa de Valores do Brasil, a pressão negativa do exterior ganhou ainda mais força com a baixa de 5,06% das ações preferenciais da Petrobras, que exerceram a maior influência para a queda de 2,04% do Ibovespa.

O índice de referência da Bolsa caiu aos 111.496 pontos, com uma desvalorização de 1,12% na semana, a primeira a fechar em queda após quatro altas semanais.

O tombo da Petrobras ocorreu no dia em que o governo federal passou por cima das regras de governança da estatal e elegeu para o conselho de administração da empresa dois nomes rejeitados pelo comitê interno e pelo próprio colegiado por existência de conflito de interesses.

Na agenda desta semana, o principal evento para as finanças globais será o pronunciamento, na sexta-feira (26), do presidente do Fed, Jerome Powell.

Ele participará da conferência anual de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming (EUA). O simpósio é amplamente aguardado pelo mercado e costuma dar as diretrizes da política monetária mundial.


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