SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil é o país com a maior taxa real de juros ao ano, descontada a projeção de inflação para os próximos 12 meses, segundo o ranking elaborado pelo portal MoneYou e pela gestora Infinity Asset Management. A lista tem 40 países.
Até fevereiro deste ano, o país estava no topo do ranking, mas foi ultrapassado pela Rússia em março, após o forte aumento de juros no país em meio à Guerra da Ucrânia. Em maio, quando o banco central russo cortou a taxa de 20% para 14% ao ano, o Brasil voltou ao topo da lista.
Esse patamar de juro real é considerado significativamente contracionista para a atividade econômica no Brasil, onde a taxa de equilíbrio é estimada em torno de 4,5%.
Nesta quarta-feira (21), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, o que ajuda a consolidar a posição do Brasil.
A expectativa é que os juros só voltem a cair no segundo semestre de 2023, o que deve manter o país na liderança do ranking pelos próximos meses.
Para chegar aos juros reais, é considerada a taxa do depósito interbancário (DI) de um ano, com vencimento em setembro de 2023, e a inflação projetada para os próximos 12 meses (4,99%) na pesquisa Focus do BC.
O segundo colocado no ranking é o México (juro real de 5,13% ao ano), seguido por Colômbia (3,86%), Chile (3,38%), Indonésia (2,62%), Hungria (2,13%) e Argentina (2,01%). São 13 países com juro real positivo na lista e 27 com taxas negativas.
Nos EUA, que elevaram sua taxa básica nesta quarta para um teto de 3,25% ao ano, o juro real está em -1,32% ao ano.
Os argentinos têm o maior juro nominal do ranking (75% ao ano). O Brasil tem o segundo maior, seguido por Turquia (13%), Hungria (11,75%) e Chile (10,75%), que completam o clube dos dois dígitos de taxa básica.
"O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities", dizem os responsáveis pelo levantamento.
No ranking de 40 países, 17,5% mantiveram suas taxas, enquanto 77,5% elevaram os juros e 5% cortaram desde a divulgação do ranking anterior, em agosto.
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