SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar saltava mais de 1% contra o real na manhã desta sexta-feira (23), acompanhando movimento de forte aversão a risco nos mercados financeiros internacionais conforme a perspectiva de juros crescentes nas principais economias alimentava temores de recessão.
Às 9h11 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,11%, a R$ 5,1727 na venda.
Na B3, às 9h11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,07%, a R$ 5,1825.
Na véspera, o dólar comercial à vista fechou em queda de 1,14%, a R$ 5,1780 na venda. O real também encerrou o dia como a segunda moeda mais valorizada entre as emergentes, atrás apenas do rublo da Rússia.
O mercado de ações brasileiro entregou ganhos robustos aos investidores nesta quinta-feira (22), tomando caminho contrário das baixas nas principais Bolsas mundiais.
O índice Ibovespa, referência da Bolsa de Valores do Brasil, fechou o dia com alta de 1,91%, aos 114.070 pontos. Um ganho muito significativo em relação ao fechamento dos principais indicadores de ações americanos e europeus. O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, terminou em queda de 0,85%. Bolsas de Londres e de Frankfurt recuaram 1,08% e 1,84%, respectivamente.
Analistas dizem que notícias da véspera sobre a conclusão pelo Banco Central do ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic) sinalizaram êxito na política monetária do país para desacelerar a alta dos preços ao consumidor, embora o Brasil ainda esteja longe de atingir suas metas de inflação.
Nesta quarta-feira (21), o Banco Central confirmou que não reajustaria a taxa Selic, mantendo o patamar de 13,75% ao ano.
Nos Estados Unidos, porém, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) confirmou a terceira forte elevação seguida de 0,75 ponto percentual no custo do crédito, sem dar sinais de que a batalha contra a inflação está perto do fim.
Esse contexto também justifica a queda da taxa de câmbio no Brasil, enquanto o dólar ganha força frente às principais moedas.
O euro atingiu o menor valor frente ao dólar em duas décadas nesta quinta-feira, despencando para US$ 0,9810.
Além das decisões sobre juros colocarem o mercado local em vantagem, também pesa o fato de que o país aparece como uma das economias emergentes com fatores favoráveis em um cenário de agravamento da Guerra da Ucrânia, pois possui grandes exportadores de matérias-primas e de alimentos com potencial de valorização.
Empresas dos ramos de mercadorias agrícolas, metálicas e de energia, entre outras, ficaram entre os principais destaques da Bolsa brasileira nesta quinta.
SLC Agrícola, Cosan e Raízen subiram 5,72%, 4,42% e 4,36%, respectivamente. As ações mais negociadas de Petrobras e Vale avançaram 2,47% e 2,29%.
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