SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar subia frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira (6), num segundo pregão seguido de avanço, apoiado por mais um dia de aversão a risco no exterior conforme os principais bancos centrais seguem firmes no combate à inflação, enquanto a expectativa por dados de emprego dos Estados Unidos colaborava para a cautela.
No Brasil, investidores continuavam monitorando o noticiário político em meio à perspectiva de um segundo turno disputado das eleições presidenciais.
Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,38%, a R$ 5,2077 na venda.
Na B3, às 9h05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,26%, a R$ 5,2375.
Nesta quarta-feira (5), o mercado de ações do Brasil avançou impulsionado por empresas ligadas à produção e exportação de petróleo.
Essa valorização do setor de energia veio na esteira do expressivo corte da produção da matéria-prima, anunciado há alguns dias e confirmado nesta quarta pelo cartel de países produtores e seus aliados, conhecido pela sigla Opep+. O volume de corte surpreendeu o mercado.
O Ibovespa, índice parâmetro da Bolsa de Valores brasileira, fechou com ganho de 0,83%, aos 117.197 pontos. Os papéis mais negociados da Petrobras saltaram 3,76%. A 3R Petroleum avançou 3,49% e a PetroRio escalou 3,20%.
O crescimento dos investimentos na Bolsa brasileira nesta sessão não foi suficiente para evitar a alta da taxa de câmbio. O dólar comercial à vista avançou 0,34%, a R$ 5,1870 na venda.
A oferta diária de petróleo será reduzida em cerca de 2 milhões de barris por dia, o que representa o maior corte desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.
Restringir a oferta é a estratégia da Opep para elevar os preços, que caíram mais de 20% no terceiro trimestre devido ao aumento da percepção de que o cenário internacional de alta dos juros para frear a inflação poderá trazer severo prejuízo para o crescimento da economia mundial.
O barril do petróleo Brent subia 1,99% no final da tarde, cotado a US$ 93,63 (R$ 488,16), o maior valor desde meados de setembro. Desde o início da semana, quando a intenção de corte da Opep foi divulgada, a matéria-prima já subiu quase 6,5%.
Também exerceu peso positivo no Ibovespa a alta de 1,54% das ações da Vale, cujo volume movimentado foi o maior desta sessão.
A valorização da mineradora ocorreu no mesmo dia em que o mercado financeiro asiático repercutiu uma decisão da China de reduzir o custo do crédito para financiamentos na área habitação. O país é o principal destino do minério de ferro e do aço produzidos no Brasil.
Esse estímulo do governo chinês foi responsável pelo salto de 5,90% da Bolsa de Hong Kong nesta quarta.
Independentemente dos movimentos dos setores de energia e materiais básicos nesta sessão, o mercado de ações do Brasil subiu 6,5% nesta semana, refletindo também o otimismo de parte dos investidores com o resultado do primeiro turno das eleições, que confirmou a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) no segundo turno.
Analistas disseram que a disputa acirrada com Bolsonaro, candidato percebido como sendo de visão mais liberal, forçará Lula a fazer acenos e a apresentar nomes mais alinhados ao mercado.
Se por um lado a alta do petróleo trouxe ganho a mercados influenciados pelo preço da matéria-prima, por outro, acrescenta mais preocupações à crise inflacionária que vem catapultando as taxas de juros ao redor do mundo.
A necessidade de aumento exagerado do preço do crédito é temida por investidores porque poderá impor uma forte desaceleração da economia mundial, cujos efeitos seriam a queda generalizada dos investimentos em empresas e, consequentemente, aumento do desemprego.
Os principais índices negociados no distrito financeiro nova-iorquino de Wall Street recuaram nesta quarta após entregarem dois dias de ganhos consistentes no início desta semana.
O S&P 500, parâmetro da Bolsa de Nova York, fechou o dia com queda de 0,20%. Dow Jones e Nasdaq cederam 0,14% e 0,25%, respectivamente.
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