BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O empresário Jorge Lemann afirma que espera do próximo presidente da República um maior investimento em educação.
Há 20 anos, Lemann investe na área por meio da Fundação Lemann. A entidade mobiliza esforços para aprimorar o ensino público e conta com programas de bolsas de estudo, com destaque para a baixa renda, em universidades no Brasil e no exterior. Na lista estão instituições de prestígio como Harvard, nos Estados Unidos, onde o próprio Lemann estudou
A fundação se declara apartidária e não autoriza o uso de seu nome ou o do empresário para fins político, o empresário, por sua vez, não abre o voto, nem indica preferências.
"Não me meto em política", disse Lemann à Folha, por email, ao explicar por que não se posicionaria sobre estas eleições para presidente da República. "Mas espero que, seja quem for eleito, dê uma grande ênfase ao assunto educação para nos tornar um país competitivo no médio prazo".
Por tradição, os jovens egressos dos programas apoiados pelo empresário atuam como lideranças na academia, na gestão pública e em empresas. Mais recentemente, no entanto, uma nova geração de lideranças políticas ampliou suas qualificações graças a iniciativas de outra entidade apoiada por Lemann, a Fundação Estudar.
Um dos expoentes é a deputada federal Tabata Amara, que cursou astrofísica e ciência política em Harvard. Esta no segundo mandato. Reelegeu-se nesta eleição pelo PSB de São Paulo. O partido integra a coalização de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e recebeu Geraldo Alckmin, o vice na chapa do PT.
Outro destaque foi Tiago Mitraud, que fez pós-graduação em administração em Harvard e se elegeu deputado federal pelo Novo de Minas Gerais na eleição passada. Atuou como líder no Novo na Câmara e presidiu a Frente Parlamentar da Reforma Administrativa. No pleito de 2022, concorreu como vice na chapa de Felipe D'Avila pelo mesmo Novo.
Apontado como o brasileiro mais rico, com um patrimônio estimado em US 13,7 bilhões (US$ 74 bilhões), segundo a revista Forbes, Lemann vive na Suiça e é acionista da multinacional de bebidas Anheuser-Busch InBev, resultado da fusão da brasileira Ambev com a belga Interbrew. O empresário também detém participações na holding que controla o Burger King e a empresa de alimentos Kraft Heinz.
A declaração pró-educação de Lemann acabou coincidindo com uma semana em que o tema ocupou o notíciário eleitoral.
O governo de Jair Bolsonaro (PL) fez bloqueio de recursos da educação e enfrentou forte reação das universidades federais. Gestores de várias instituições foram a público para dizer que o corte inviabilizaria as aulas no segundo semestre, bem como a continuidade de pagamentos de assistência estudantil e a manutenção de serviços básicos, como água, luz, limpeza e segurança.
Na sexta-feira (7), o governo recuou e suspendeu o bloqueio.
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