RIO DE JANEIRO, RJ - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Rio de Janeiro tem cinco pontos de interdição de estradas, segundo o último balanço da PRF, divulgado às 12h55 desta segunda (31).
Três deles são na rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo. Os outros dois são na BR-101, na altura de Angra dos Reis, e na BR-116, em Teresópolis.
No estado de São Paulo, ocorreram dois pontos de manifestações em rodovias federais nesta segunda-feira. Os focos ocorreram no km 51 da BR-153, em São José do Rio Preto, e no km 159 da BR-116, em Jacareí. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), as pistas foram liberadas ainda pela manhã.
Em uma ação simultânea em diversos estados brasileiros, caminhoneiros e manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloquearam estradas em protesto ao resultado das eleições, que teve Luiz Inácio Lula da Silva como vencedor para o cargo de presidente.
Segundo a PRF, apenas em Barra Mansa, no Rio, há o envolvimento de caminhoneiros e tem interdição total da pista. No município, há dois bloqueios, um deles feito por populares.
Às 10h13, a manifestação ainda interrompia os dois sentidos da via na altura do km 281, com registro de congestionamento de dez quilômetros no sentido sul e de 18 quilômetros no sentido norte.
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal estavam no local da manifestação, segundo a concessionária.
A empresa afirma que implantou uma operação de contingência no km 303 da pista, em Resende (RJ), no sentido Rio de Janeiro. "Equipes da concessionária estão desviando o tráfego para o retorno, evitando que o motorista que está em viagem fique parado no congestionamento provocado pela manifestação", diz em nota.
Os bloqueios em Angra dos Reis e Teresópolis também são feitos por populares e têm interdição parcial da pista. Em Queimados, na região metropolitana, há uma concentração de pessoas, mas ainda sem bloqueio, segundo a PRF.
O ato de de caminhoneiros tem relatos de ânimos exaltados e confusão. Ainda segundo a PRF, às 7h foi registrado um caso de vandalismo contra um carro de uma mulher. A PRF não deu mais detalhes sobre o episódio.
Ambulâncias e viaturas policiais teriam ficado trancadas. Também há registro de pessoas que passaram mal em ônibus retido no congestionamento, segundo a PRF.
Não há registro de outros atos no trecho de São Paulo da Dutra, acrescenta a CCR RioSP. O bloqueio da Presidente Dutra provoca reflexos até para quem ainda está distante do ponto da manifestação. É o caso da servidora pública Maria Luiza Cruz, 34.
Ela passou o fim de semana no Rio, onde trabalhou como mesária nas eleições, e tentava retornar para São Paulo de ônibus, onde mora.
A passagem já estava comprada para uma viagem às 7h30, mas acabou cancelada em razão da manifestação dos caminhoneiros. "Acabei de cancelar minha passagem e estou vendo quanto está custando o bilhete de avião", relatou.
EMPRESAS DE ÔNIBUS CANCELAM VIAGENS ENTRE SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO
Empresas de ônibus que realizam o trajeto entre São Paulo e Rio de Janeiro suspenderam as viagens na manhã desta segunda-feira (31).
Segundo a Socicam, empresa gestora da Rodoviária do Tietê, em São Paulo, o cancelamento foi necessário devido ao bloqueio na rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, que impede a passagem de veículos.
A venda de tickets para o estado do Rio de Janeiro também foi interrompida por tempo indeterminado. No entanto, o comércio de passagens para outros destinos segue normalmente.
FÁBRICA DA CITRÖEN E PEUGEOT NO RJ SUSPENDE PRODUÇÃO
O polo automotivo da Stellantis em Porto Real, no Rio de Janeiro, suspendeu a produção na manhã desta segunda, em decorrência das manifestações que interromperam o tráfego na rodovia que dá acesso ao complexo industrial, impedindo a chegada de funcionários e peças.
A fábrica, que fica perto da rodovia Presidente Dutra, na região de Resende (RJ), produz motores e automóveis das marcas Citroën e Peugeot e emprega cerca de 1.800 pessoas.
A empresa diz estar pronta para retomar as atividades quando as condições logísticas permitirem.
BLOQUEIOS NÃO AFETAM CHEGADA DE ALIMENTOS A SÃO PAULO
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) disse que os bloqueios nas estradas não afetaram a chegada de frutas, legumes e outros alimentos no entreposto de São Paulo, na Vila Leopoldina.
"Na manhã desta segunda-feira, não houve impactos ou reflexos dos bloqueios nas rodovias. A movimentação e o abastecimento continuam normais", disse a companhia, em nota.
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