BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Sem prever fim de bloqueios, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) disse que já houve 182 autuações por obstrução de rodovias ou por organização de bloqueios e também prisões. Entretanto, não houve detalhamento de quantas pessoas foram presas e em quais locais.
Além disso, a PRF disse que já identificou os agentes que participaram de três vídeos falando que a ordem seria para só estar no local, sendo dois vídeos em Santa Catarina e um em São Paulo.
A Folha teve acesso a vídeos em que os policiais federais dizem que não vão fazer nada em relação aos bloqueios. Em uma das imagens gravadas em Palhoça (SC), um policial diz que a ordem é somente estar no local.
"A única coisa que eu tenho a dizer nesse momento é a única ordem que nós temos é estar aqui com vocês, só isso", disse na imagem.
Segundo a PRF, os policiais não foram afastados das funções, mas devem responder por processos administrativos. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta terça-feira (1°).
A PRF não divulgou quanto tempo deve durar a operação para não atrapalhar a estratégia. Entretanto disse que foram suspensas folgas, serviços administrativos, além de já estar trabalhando com o apoio da Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Força Nacional de Segurança Pública. Não houve detalhamento do efetivo.
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, estava previsto para comparecer na coletiva de imprensa, mas não foi ao local para se reunir com o ministro da Justiça, Anderson Torres, no Ministério da Justiça.
Durante a coletiva de imprensa, os jornalistas não puderam falar as perguntas para os representantes da PRF, sendo que os questionamentos tiveram que ser escritos no papel.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou 227 pontos de bloqueios e interdições na manhã desta terça-feira (1°) em 20 estados e no Distrito Federal.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo caminhoneiros, iniciaram na noite deste domingo (30) bloqueios em estradas pelo país em protesto contra o resultado das eleições, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor na disputa pelo Planalto.
Os novos episódios envolvendo a PRF ocorrem um dia após a instituição descumprir uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e realizar abordagens em transportes públicos.
Procuradores da República nas cinco regiões do país já instauraram procedimentos sobre a situação dos caminhoneiros e apontam o cometimento, em tese, do crime contra o Estado democrático de Direito.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (31) que o governo adote imediatamente "todas as medidas necessárias e suficientes" para desobstruir as rodovias ocupadas por bolsonaristas em protesto pelo resultado das eleições. O STF formou maioria a favor da decisão do ministro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que determinou reforço do efetivo da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para normalizar o fluxo nas rodovias. A declaração foi dada nas redes sociais na noite desta segunda-feira (31).
"Situação das paralisações nas estradas sendo monitorada minuto a minuto pela @PRFBrasil e @gov_pf Acabo de determinar um reforço de efetivo, e de meios de apoio, a todas as ações possíveis para normalização do fluxo nas rodovias, com a brevidade que a situação requer", disse o ministro.
Na manhã desta terça-feira (1°), Torres disse que a PRF segue atuando nas estradas. " A @PRFBrasil segue atuando ininterruptamente no desbloqueio das estradas. Das 18h00 de 30/10 às 05:30 de 01/11 já foram eliminados 192 pontos de bloqueio", disse.
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