RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2020 foi revisada de 3,9% para 3,3%, informou nesta sexta-feira (4) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O tombo reflete os impactos do início da pandemia de coronavírus. A crise sanitária forçou a adoção de medidas de isolamento social em 2020.
À época, a baixa da circulação de pessoas derrubou setores dependentes da interação direta com consumidores. Foi o caso de parte dos serviços, o principal segmento da economia brasileira sob a ótica da oferta.
A revisão decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados sobre serviços, segundo o IBGE. O setor passou de uma queda de 4,3% para uma baixa de 3,7%.
O desempenho da indústria foi revisado de retração de 3,4% para recuo de 3,0%. Já o crescimento da agropecuária passou de 3,8% para 4,2%.
A revisão do PIB é um procedimento padrão do IBGE. Os números divulgados nesta sexta integram o Sistema de Contas Nacionais.
Esse levantamento agrega novos dados do instituto e de fontes externas, mais amplos e detalhados, na comparação com as Contas Nacionais Trimestrais, que retratam o desempenho do PIB a cada três meses.
A consolidação dos resultados costuma ocorrer dois anos após o período de referência -no caso de 2020, a revisão foi feita em 2022.
"Sempre ocorrem revisões dos dados preliminares em relação aos definitivos, com mais fontes de informações. Entretanto, em épocas atípicas, como a pandemia de 2020, elas podem ser maiores, fato que ocorreu em todo o mundo", afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
O PIB voltou a crescer em 2021, segundo os dados das Contas Nacionais Trimestrais, já disponíveis. A alta foi de 4,6%.
O avanço no ano passado ocorreu em meio ao retorno de atividades econômicas graças à vacinação contra a Covid-19. O resultado consolidado de 2021 será divulgado em 2023 pelo IBGE.
Para o ano de 2022, analistas do mercado financeiro projetam uma alta do PIB de 2,76%, de acordo com o boletim Focus, publicado pelo BC (Banco Central).
A avaliação é que a atividade econômica ainda mostra reflexos da reabertura após os prejuízos na pandemia. Também há efeitos da liberação de recursos às vésperas das eleições pelo governo Jair Bolsonaro (PL).
O atual presidente foi derrotado no pleito por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai para seu terceiro mandato a partir de 2023.
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