SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou na manhã desta quarta-feira (9) que todas as rodovias federais do país estão livres de bloqueios e interdições, após dez dias de manifestações antidemocráticas que contestavam o resultado das eleições.

A polícia já havia anunciado a ausência de bloqueios totais em todo país na quinta (3), mas algumas estradas ainda registravam obstruções parciais e outras voltaram a ter interdições totais. Rondônia, Mato Grosso e Paraná foram os últimos estados a terem rodovias liberadas.

No domingo (30), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a bloquear estradas por não aceitarem a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais. Ao longo da semana, pelo menos 25 estados e o Distrito Federal registraram pontos de protesto.

A ação de bolsonaristas causou transtornos por todo o país e provocou desabastecimento de produtos. Associações do setor de varejo se movimentaram para garantir os estoques de medicamentos e alimentos.

No setor de restaurantes, a situação mais preocupante foi em Santa Catarina. O estado, que liderou as manifestações na semana passada, começou a segunda-feira (7) com todas as suas rodovias federais liberadas. No meio da manhã, porém, a PRF do estado informou que manifestantes bloquearam totalmente o km 139 da BR-470, em frente à Havan de Rio do Sul (SC). No fim da tarde, o trânsito no trecho havia sido liberado novamente, após confronto com a polícia.

No Paraná, houve falta de carne e pescados. No Tocantins e em alguns estados do Nordeste, faltaram insumos na semana passada, segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

A associação informou que, em outras localidades, houve alerta para possíveis atrasos e cancelamentos de entregas. Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, acredita que a situação não foi pior porque muitos bares e restaurantes já tinham abastecido significativamente os estoques por causa do feriado.

Nos últimos dias, bolsonaristas convocaram a população para uma "greve geral" e pediram a adesão de empresários. O apelo não surtiu efeito: não houve fechamentos de indústrias ou lojas que tenham sido notificadas ao Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) ou à FecomércioSP.

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