RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de desemprego caiu em seis estados e ficou estável em 21 unidades da federação no terceiro trimestre deste ano, em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou nesta quinta-feira (17) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As reduções na taxa na comparação com o trimestre anterior foram registradas por Paraná (-0,8 ponto percentual), Minas Gerais (-0,9 p.p.), Maranhão (-1,1 p.p.), Acre (-1,8 p.p.), Ceará (-1,8 p.p.) e Rondônia (-1,9 p.p.).
Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.
No Brasil, a taxa de desemprego recuou para 8,7% no terceiro trimestre. É o menor patamar desde o segundo trimestre de 2015 (8,4%).
Já o número de desempregados no país recuou para 9,5 milhões. É o menor nível desde dezembro de 2015 (9,2 milhões).
Segundo as estatísticas oficiais, a população desocupada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e seguem à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.
Após os estragos causados pela pandemia, o mercado de trabalho foi beneficiado pela vacinação contra a Covid-19. O processo de imunização permitiu a reabertura dos negócios e a volta da circulação de pessoas.
Às vésperas das eleições, o governo Jair Bolsonaro (PL) também buscou aquecer a economia com liberação de recursos, cortes de impostos e ampliação do Auxílio Brasil. Bolsonaro foi derrotado no pleito por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A queda do desemprego, a partir do ano passado, foi acompanhada pela criação de vagas com salários mais baixos na média. A renda ficou fragilizada em um contexto de inflação elevada, e só começou a dar sinais de melhora recentemente.
Economistas veem chance de a taxa de desocupação ficar mais próxima de 8% até dezembro no Brasil. A reta final do ano costuma ser marcada por contratações temporárias em razão da demanda sazonal em setores como o comércio.
O varejo brasileiro deve contratar 109,4 mil trabalhadores temporários para o Natal de 2022, conforme projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Se a previsão for confirmada, será o maior número em nove anos -ou desde 2013.
Em 2023, a retomada do mercado de trabalho tende a perder ímpeto, sinalizam economistas. Pesa nessa avaliação o efeito dos juros elevados, que desafia os investimentos produtivos das empresas e o consumo das famílias.
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