SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) divulgou nesta terça-feira (29) uma carta aberta, que será entregue ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com prioridades para o próximo mandato.

Entre os pontos defendidos pelo movimento está a valorização da agricultura familiar sobre as demais formas de produção rural.

"O latifúndio é antissocial e deve ser banido e o agronegócio precisa assumir sua responsabilidade socioambiental, adequar-se às necessidades da sociedade, pagar impostos, parar de usar agrotóxicos e dar condições de dignidade aos seus trabalhadores", diz o documento, chamado de Carta do MST ao Povo Brasileiro.

O movimento não menciona explicitamente as ações de invasão de propriedades, ponto mais criticado de sua atuação. A menção a este ponto é feita de forma indireta. "Nossa missão maior é seguir organizando o povo, para que lute por seus direitos, consagrados na Constituinte de 1988, pois sabemos que sem mobilização popular não haverá nenhuma mudança verdadeira no país".

Aliado de Lula, o movimento pede que ele atue para combater a fome e reduzir as desigualdades no país, além de investir em educação e saúde e combater a discriminação e o desmatamento. O MST propõe ainda um programa governamental de distribuição de máquinas agrícolas para a agricultura familiar.

Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o movimento defende a recriação de um ministério sobre terras, alimentação e agricultura familiar no governo Lula.


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