RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de desemprego no Brasil recuou para 8,3% no trimestre encerrado em outubro, informou nesta quarta-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam 8,5%.

A taxa de desocupação marcava 9,1% no trimestre até julho, período comparável da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). No trimestre até setembro, que integra outra série da Pnad, o indicador já estava em 8,7%.

O número de desempregados, por sua vez, recuou para 9 milhões no trimestre finalizado em outubro. O contingente somava 9,9 milhões até julho e 9,5 milhões até setembro.

A população desempregada, conforme as estatísticas oficiais, é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e seguem à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra nesse cálculo.

A Pnad retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Após os estragos causados pela pandemia, a geração de vagas foi beneficiada pela vacinação contra a Covid-19. A imunização permitiu a reabertura dos negócios e a volta da circulação de pessoas.

A queda do desemprego, a partir do ano passado, foi acompanhada pela criação de empregos com salários mais baixos na média. A renda real ficou fragilizada com a disparada da inflação no país.

O rendimento médio só passou a dar sinais de melhora recentemente, em um contexto de trégua de parte dos preços. Às vésperas das eleições, o governo Jair Bolsonaro (PL) buscou frear a inflação com cortes tributários sobre itens como os combustíveis.

Bolsonaro perdeu a disputa nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai para seu terceiro mandato a partir de 2023.

Segundo economistas, a taxa de desocupação deve ficar mais próxima de 8% até dezembro. A reta final do ano costuma ser marcada por contratações temporárias em razão da demanda sazonal em setores como o comércio.

A retomada do mercado de trabalho tende a perder ímpeto em 2023, dizem analistas. Pesa nessa avaliação o efeito dos juros elevados, que costumam esfriar a atividade econômica e, consequentemente, a abertura de vagas.


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