SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em reunião nesta quarta-feira (30), líderes sindicais disseram a Geraldo Alckmin (PSB) que não desejam o retorno do imposto sindical obrigatório.
No sábado (26), o vice-presidente eleito disse em encontro com empresários que a reforma trabalhista é importante e que não haveria volta do imposto, fala que fez com que fosse aplaudido pelos presentes. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito, também já disse ser contra o retorno da taxa, que foi extinto na reforma trabalhista de 2017.
No encontro desta quarta, os sindicalistas afirmaram que a proposta deles atualmente é a de que as categorias definam, em assembleias, se os trabalhadores darão ou não contribuições aos sindicatos e quais serão os percentuais, que não seriam pagos de maneira compulsória.
A mesma proposta pode ser apresentada pelo grupo de trabalho que trata do tema no governo de transição, formado por diversos representantes de centrais sindicais.
"A ideia é uma contribuição não compulsória, decidida pelo próprio trabalhador. A palavra final é dele, por meio de votação em assembleia. O sindicato, de seu lado, terá que cuidar de toda a transparência, edital de publicação, divulgação ampla das assembleias", diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical, que participou do encontro com Alckmin.
"Quando começa campanha salarial, fazemos reuniões para montar uma pauta. Depois, chamamos a categoria para aprová-la. Dentro dela, perguntaríamos então se haveria contribuição ou não e qual o percentual. E aí iríamos negociando com a categoria para ver se avança ou não, tudo com plena transparência e divulgação", completa.
Além de Torres, participaram da reunião Sergio Nobre, presidente da CUT, Paulinho da Força, deputado federal e presidente do Solidariedade, Monica Veloso, do sindicato dos metalúrgicos de Osasco, e Eliseu Costa, presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo.
Nesta quinta-feira (1º), os líderes sindicais se encontrarão com Lula para discutir o tema.
O presidente eleito convidou representantes de sindicatos dos bancários, construção civil, químicos, entre outros, para a reunião, além dos presidentes das centrais sindicais.
O gesto foi entendido como sinalização favorável ao fortalecimento dos mecanismos de negociação coletiva, já que eles costumam ser administrados no dia a dia pelos sindicatos, e não pelas centrais, que tratam de questões mais amplas.
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