RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - O sindicato de servidores do INSS teme que cortes no orçamento do órgão interfiram nos serviços de limpeza e vigilância das agências.

Em janeiro desse ano, o INSS sofreu um corte de R$ 988 milhões e, no final do último mês, o governo ainda bloqueou R$ 5,7 bilhões do Orçamento de 2022, o que ameaça o funcionamento dos serviços públicos até o final do ano. O montante do Orçamento que era destinado ao INSS não foi divulgado.

De acordo com reportagem da CNN publicada nesta segunda (5), o INSS teria enviado um ofício ao secretário de Orçamento Federal, Ariosto Antunes Culau, em que afirma que o funcionamento das agências seria suspenso a partir do dia 7 de dezembro em razão da falta de recursos.

O Ministério do Trabalho e Previdência, no entanto, divulgou uma nota nesta terça (6) em que afirma que as restrições orçamentárias não ocasionarão interrupção do funcionamento do INSS, nem do pagamento de benefícios e aposentadorias.

Cristiano dos Santos Machado, diretor do Sinsprev/SP (Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo) e da Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), afirmou que o sindicato foi pego de surpresa pela notícia.

Machado diz temer que, com o corte, serviços básicos de infraestrutura, como internet, limpeza e vigilância, sejam cortados.

"O nosso cotidiano já é uma penúria, mas nunca chegou ao nível de fechamento de agência por falta de recurso" diz Machado.

Segundo o diretor, é comum que o trabalho seja realizado em instalações com infiltrações, mobiliário e equipamentos antigos. Ele destaca ainda que faltam servidores para cumprir as demandas do instituto -o último edital para concurso do INSS abriu mil vagas para técnico do seguro social, mas, segundo a Fenasps, o déficit de funcionários chega a 23 mil.

Para Machado, desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL) a situação piorou -cerca de um terço da categoria trabalha em regime de home office e tem que cumprir metas diárias, o que, segundo ele, faz com que os servidores tenham que arcar com equipamentos, internet e luz, e precisem trabalhar por até 15 horas diárias para cumprir todas as demandas.


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