PHOENIX, EUA (FOLHAPRESS) - A CNH Industrial, uma das gigantes globais na produção de máquinas voltadas ao agronegócio, apresentou protótipos de dois novos tratores, um movido a gás liquefeito e outro elétrico. Um dos modelos chegará ao mercado no fim do próximo ano.

Mais silenciosos que os modelos existentes e com a proposta de reduzir custos e serem mais sustentáveis ambientalmente, os tratores foram concebidos com o objetivo de atender tanto produtores maiores, caso do veículo movido a gás liquefeito, quanto pequenos, foco da opção elétrica.

A apresentação do funcionamento dos modelos no campo foi acompanhada pela Folha nesta quinta-feira (8) no Maricopa Agricultural Center, no entorno de Phoenix (EUA).

Os preços comerciais dos modelos, ambos fabricados pela New Holland, uma das marcas da CNH, não foram revelados por Derek Neilson, presidente de Agricultura da CNH. Executivos presentes no evento disseram que os preços serão definidos depois de eventuais aperfeiçoamentos, se necessários.

O trator elétrico deverá ter entre 150 e 200 unidades entregues a partir do fim do ano que vem a produtores rurais de EUA, Europa e Brasil, segundo o presidente da New Holland, Carlo Lambro.

"São protótipos, que serão analisados, testados, pelos clientes", disse.

Já o movido a gás liquefeito, chamado T7, por conta das especificidades que envolvem a transformação do biometano em liquido deve chegar ao mercado em 2025.

O trator T7, da New Holland, é movido a gás natural liquefeito, tem uma cabine mais silenciosa, 270 cavalos de potência, tecnologia de automação desenvolvida pela Raven e motor da FPT Industrial, ambas marcas pertencentes à CNH. Atinge velocidade de até 50 quilômetros por hora.

O reabastecimento é como o de um trator movido a diesel e o tanque permite armazenar quatro vezes mais combustível que o trator T6, movido a biometano e apresentado no início do ano, o que dá mais autonomia no campo.

O tanque de armazenamento externo é criogênico e mantém o metano como um líquido a -162ºC, o que permite transportar o combustível como o diesel para reabastecimento no campo.

"É um marco na jornada de energia limpa, metano líquido, é o primeiro da história", disse Stefano Fiorati, diretor de sustentabilidade do grupo agrícola.

Ele afirmou que o modelo com gás comprimido tem a mesma força de uma máquina a diesel, com a vantagem de gerar 80% menos emissões em comparação com o diesel e aos limites das regulações europeias.

"As emissões de monóxido de carbono ficam 80% abaixo e hidrocarbonetos são reduzidos em 90%."

Já o T4 Electric Power, como o nome indica, é o primeiro protótipo de trator elétrico com recursos autônomos. Também com a marca New Holland, terá o modelo comercial estendido à marca Case, outra que pertence à CNH.

O equipamento, segundo o diretor-geral digital e de informação do grupo, Marc Kermisch, é ideal para operações de menor potência, como gado e pomares.

O modelo tem 120 cavalos de potência, tração nas quatro rodas e velocidade máxima de 40 quilômetros por hora. As emissões de carbono, segundo a empresa, são zero. Como comparação, veículos 1.0 têm normalmente de 80 a 120 cavalos de potência.

As baterias permitem trabalhar um dia inteiro no campo, dependendo do perfil da propriedade rural e são recarregadas em uma hora, com sistemas de carga rápida.

O equipamento tem sensores, câmeras e controles que permitem a ativação remota por meio de um aplicativo de smartphone. Os sistemas instalados detectam e evitam obstáculos e mantêm todas as funções sob controle para os operadores.

"Estamos empolgados com esse futuro. Temos a grande oportunidade de proporcionar inovações usando essa tecnologia", disse o CEO da CNH Industrial, Scott Wine.

De acordo com ele, o objetivo das novas tecnologias é simplificar e aprimorar as operações, com soluções energéticas alternativas.

As duas máquinas se somam ao trator T6, movido a biometano e que após cinco anos de testes foi apresentado no início deste ano. O combustível é processado a partir de dejetos de animais e rejeitos agrícolas, o que reduz custos para os produtores.

Até por conta do combustível, o público-alvo do modelo é formado por criadores de porcos e gado e usinas de açúcar e etanol.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

No evento no entorno da capital do Arizona, a CNH anunciou também a aquisição de participação minoritária na Stout Industrial Technology, focada em implementar inteligência artificial em implementos ligados à agricultura.

Só com tecnologias de precisão, o grupo estima fechar 2022 com um faturamento de US$ 900 milhões, com expectativa de crescer de 10% a 15% ao ano nos próximos três anos.

Parag Garg, chefe de produtos digitais da CNH, disse que a tecnologia tira o processo de adivinhação dos produtores e dá mais condições de obter melhores resultados.

"Os fazendeiros continuam reduzindo seus custos e vendo aumentar produtividade e rentabilidade", afirmou.

CNH INDUSTRIAL

Fundação: 2013 como CNH Industrial, que abrange marcas como Case, de 1842, e New Holland

Receita: US$ 17,8 bilhões (2021)

Fábricas no mundo: 38

Número de funcionários: 35 mil no mundo

Principais concorrentes: John Deere, AGCO, Caterpillar e Volvo


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