SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (14) que os investidores precisam de um pouco mais de tranquilidade e esperar para ver as medidas que serão implementadas no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É preciso ter um pouco mais de calma. Ouve a pessoa, vê o plano de trabalho, espera a posse, não é assim que funcionam as coisas. As coisas vão ser apresentadas, demonstradas, e vão ficar claras", disse ele em entrevista ao canal Globo News. "Agora, vamos levar em consideração a herança que herdamos".

O ex-prefeito de São Paulo foi questionado pelos entrevistadores por que o mercado fica tão agitado com anúncios do novo governo. Nesta terça-feira (13), por exemplo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) fechou com queda de 1,71% após Lula confirmar que o ex-ministro Aloizio Mercadante vai presidir o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mais cedo, a queda persistia, com a aprovação da Lei das Estatais na Câmara.

"Teve uma eleição e teve consequências, vamos administrar essa situação para que, no curto prazo, se demonstre uma trajetória de sustentabilidade. Ninguém quer outra coisa a não ser isso, mostrar que, apesar das decisões tomadas por esse governo", declarou. "Vamos botar a casa em ordem, é o compromisso que estou assumindo".

Haddad criticou as medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) antes das eleições. "Temos um desafio muito grande, o governo diante da iminente derrota tomou uma série de providências ao arrepio da equipe econômica, o que fizeram é loucura", apontou, citando a redução da fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a inclusão de beneficiários no Auxílio Brasil.

O futuro ministro disse também que pretende ter 100% de seu time decidido até o final da próxima semana, e também indicou o desejo de criar um conselho na pasta para ouvir periodicamente. Esse grupo seria composto por alguns dos economistas que apoiaram a eleição de Lula, como Persio Arida e André Lara Resende.

"Gostaria muito de manter a interlocução com ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central", afirmou.


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