BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou novos nomes da equipe econômica, que será composta pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP) no cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Lula irá desmembrar o atual Ministério da Economia em quatro: Fazenda, Planejamento, Indústria e Gestão.

Fernando Haddad (PT) foi apresentado, há duas semanas, como novo ministro da Fazenda.

Na nova rodada de anúncios da Esplanada de Lula, nesta quinta-feira (22), o presidente eleito confirmou os nomes de Alckmin (Indústria) e Esther Dweck (Gestão). A pasta do Planejamento, porém, segue indefinida.

Como antecipado pela Folha de S.Paulo, o nome de Alckmin ganhou força diante da recusa de empresários para o posto da Indústria. Ele então acumulará a função de vice-presidente e ministro.

A escolha de Alckmin para o cargo se deu após Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, declinarem do convite.

O presidente eleito tinha uma ideia em torno de um empresário à frente da pasta. Essa foi uma de suas promessas feitas durante a campanha de conduzir um projeto de reindustrialização no país.

Mas assessores de Lula afirmam que barreiras legais impediram grandes empresários de aceitar o cargo: eles não podem ser acionistas de uma empresa que atua na mesma área do ministério.

Por isso, o presidente procurou um nome que transite bem entre o empresariado e, ao mesmo tempo, construa pontes com o Congresso para a definição de novas políticas para o setor. Alckmin, que teve o apoio do setor industrial quando disputou a Presidência em 2018, surgiu como solução para o cargo.

Para a pasta da Gestão, foi escolhida a economista Esther Dweck. Durante o governo Dilma Rousseff, entre 2011 e 2016, ela atuou no Ministério do Planejamento como secretária de Orçamento Federal.

Dweck integrou o grupo de transição de Lula responsável pela área do Planejamento.

No Ministério do Planejamento, a decisão de Lula orbitou entre nomes políticos, como o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), e economistas.

Nas mais recentes conversas, o presidente tem sondado economista André Lara Resende. Ele atuou na elaboração do Plano Real e, durante a atual transição, integram o grupo técnico de economia.

O anúncio do novo ministro do Planejamento, porém, ficou para a próxima rodada.

Nesta quinta, Lula também anunciou que ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), ficará com o Ministério dos Portos -fatia do atual Ministério da Infraestrutura.

França inicialmente mirava o Ministério das Cidades, mas o nome dele perdeu força para o cargo pasta nos últimos dias. A pasta das Cidades é disputada por outros partidos que Lula tenta atrair para a base do governo.

No fim de novembro, em jantar com a presença de Alckmin, o PSB havia oficializado o nome do ex-governador de São Paulo como indicação do partido ao Ministério das Cidades

França foi candidato ao Senado em São Paulo, com apoio da aliança do PT, mas acabou derrotado para o bolsonarista Marcos Pontes (PL).

Antes, ele também era cotado para concorrer ao governo paulista, mas a vaga ficou com Haddad (PT), que também perdeu nas urnas.


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