DAVOS, SUIÇA (FOLHAPRESS) - Em sua chegada a Davos no começo desta segunda-feira (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que são três recados -político, econômico e ambiental- a serem passados na intensa agenda que ele irá cumprir nos próximos dois dias na reunião anual do Fórum Econômico Mundial.

"Um recado político é a questão democrática, o compromisso do Brasil em dar suporte para as jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul, mas reforçando o compromisso com o combate a todo o tipo de extremismos que vêm dando a tônica no último período."

O segundo ponto destacado pelo ministro ao chegar ao hotel Sunstar é na economia: "A questão econômica é a retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental e justiça social, o modelo de economia que nós estamos defendendo".

Haddad lembrou que está em Davos ao lado da colega Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climática. "A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer, não apenas em termos da retomada dos compromissos históricos, como combate ao desmatamento, energia renovável , mas também na pauta do desenvolvimento."

A seu ver, é possível "pensar na pauta da reindustrialização do Brasil, com base na sustentabilidade".

Quanto ao natural interesse da comunidade internacional reunida na Suíça nesta semana pelos desdobramentos dos ataques à democracia brasileira, Haddad reforçou a presteza da resposta dos Poderes constituídos.

"As instituições brasileiras deram uma resposta muito imediata", afirmou o ministro, listando o fato de que no dia seguinte houve uma intervenção na segurança do Distrito Federal, com o afastamento judicial do governador do DF, Ibaneis Rocha, além da visita dos 27 governadores a Brasília, que se reuniram com os Três Poderes da República.

"É um gesto de compromisso com a Constituição e a agenda democrática. Isso deu uma reposta muito rápida. Em 24 horas a coisa estava sob controle."

Haddad ressaltou ainda o repúdio popular, registrado por pesquisa do Datafolha que indicou que 93% da das pessoas são contra os ataques. "Não é uma coisa trivial. É uma manifestação clara de que o Brasil tem compromisso com o resultado eleitoral, com as regras democráticas, com a liberdade, com as liberdades individuais, respeitadas as garantias constitucionais."

Segundo o ministro, é uma demonstração de muito maturidade institucional dada logo na inauguração do mandato do presidente Lula. "Na minha opinião, isso deveria ser recebido com o mesmo grau de surpresa que foi o gesto dos derrotados em fazer aquilo de maneiro totalmente indesculpável."

Para Haddad, este tipo de oposição fora do ritos democráticos não deve barrar o projeto econômico.

"É desafiadora, mas nós começamos a responder muito bem. Sabemos que Isso pode não ter parado aí. Esses grupos extremistas continuam mobilizados, se comunicando com base em notícias falsas, continuam plantando o terror, mas acredito que a própria maneira que o presidente Lula vem se comportando e a receptividade que ele vem tendo no Congresso e no Judiciário, é a prova de que estamos no bom caminho."

Da mesma forma, o ministro avalia que o mercado, especialmente empresários e investidores, devem ajustar expectativas. "A ansiedade naturalmente vai ser controlada com as medidas que serão tomadas e vão na direção do que o presidente Lula anunciou na campanha."


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