DAVOS, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que pretende apresentar o arcabouço fiscal até abril, mas voltou a ressaltar que a estrutura é apenas um dos pontos da agenda da pasta.

"O fiscal é uma parte da lição de casa, mas ela não é a agenda Econômica completa", afirmou a jornalistas em Davos, onde participa do encontro anual do Fórum Econômico Mundial.

Um alto executivo que participa do fórum e está familiarizado com a economia e a política brasileiras afirmou à Folha que há hesitação dos investidores estrangeiros em relação a um aumento de gastos e elevação de tributos no Brasil. Na segunda, Haddad afirmou que não há intenção do governo em aumentar impostos.

"Vamos pensar a perspectiva de fazer a reforma tributária e de repensar o arcabouço fiscal, que é isso é que vai dar sustentabilidade agora vamos combinar o fiscal, que é pressuposto do desenvolvimento, mas ele não é um fim em si mesmo", disse o ministro.

"Você tem que estar as contas arrumadas, mas para você desenvolver o país, precisa de uma certa uma política proativa."

O mesmo executivo que falou da hesitação diante da economia ressaltou que há, por outro lado, mais confiança em relação à institucionalidade do Brasil e também ao compromisso do país com a preservação ambiental, dois pontos de incerteza sob o finado governo Jair Bolsonaro.

Haddad reforçou a premissa, dizendo que que interlocutores, sobretudo aqueles ligados à geopolitica, tem mostrado interesse nas agendas para os dois temas, e que isso é especialmente importante na atual recalibragem das relações com os Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o americano Joe Biden em fevereiro.

Haddad chegou a Davos na segunda (16) e deixará a cidade nos Alpes nesta quarta (19), dois dias antes do fim do evento. Na manhã desta terça ele se reuniu com representantes do governo saudita e com Ian Bremmer, da consultoria Eurasia.

Durante a tarde, ele se reúne com investidores em almoço patrocinado pelo Itaú, participa de um painel sobre o Brasil ao lado da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e mantém encontros com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva e com seus pares de Alemanha e Colômbia. À noite, participa de jantar oferecido pelo BTG.


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