DAVOS, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta terça (17) em painel sobre o Brasil no Fórum Econômico Mundial que o governo pretende votar uma reforma do Imposto de Renda no segundo semestre, fatiando, na prática, a reforma tributária. Haddad também disse que pretende apresentar as regras fiscais do governo até abril.
"Tem uma reforma tributária que nós queremos votar no primeiro semestre, é o imposto sobre consumo. Mas, no segundo semestre, nós queremos votar a reforma sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres e para onerar quem não paga imposto", declarou em Davos, na Suíça.
Segundo Haddad, isso significaria "reequilibrar o sistema tributário brasileiro para melhorar a distribuição de renda".
Ele não deu mais detalhes nem conversou com jornalistas imediatamente após o painel. A enxuta delegação brasileira tem cumprido uma agenda frenética nesta semana de fórum.
O ministro participou de painel mediado pela diretora de América Latina do fórum, Marisol Argueta, ao lado da colega Marina Silva (Meio Ambiente) para falar do Brasil. Boa parte da plateia da sala com 88 lugares, parcialmente preenchida, era de brasileiros.
Na véspera, Haddad afirmara a jornalistas no evento na cidade suíça que o governo não pretende aumentar impostos. Ele se referia sobretudo ao IPI (I*mposto sobre Produtos Industrializados).
Com a sombra de um rombo fiscal e a necessidade de equilibrar as contas --algo com o que Haddad afirma que o governo Lula está comprometido--, a mudança no IR para aumentar as taxas para rendas mais elevadas passou a ser aventada.
O ministro, além de falar de solidez institucional e proteção ambiental, tem repetido no fórum a ideia de que o governo pretende equilibrar as contas. Os três temas, em especial este último, são alvo das principais dúvidas levadas por investidores no evento a Haddad.
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