SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou a Americanas pedindo esclarecimentos sobre a crise de inconsistências em lançamentos contábeis da empresa no valor de R$ 20 bilhões.

A secretaria busca entender quais os impactos imediatos sobre os consumidores, quais os impactos a médio e longo prazo e quais as políticas e canais de solução de eventuais conflitos para os consumidores.

O prazo para resposta é de cinco dias úteis, contados a partir da data de recebimento da notificação, que foi feita nesta terça-feira (17).

Como a Folha de S.Paulo revelou, a Americanas deverá entrar com um pedido de recuperação na Justiça nos próximos dias no valor de aproximadamente R$ 20 bilhões. Este é o montante estimado que os acionistas de referência teriam de injetar na companhia para salvá-la, mas, segundo pessoas que participaram das discussões, eles não aceitaram.

O valor ainda pode mudar, a depender da avaliação do juiz sobre o pedido de recuperação judicial e da negociação com os credores.

O grupo de acionistas de referência é formado pelo trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Juntos, eles possuem 31% da companhia.

Nesta segunda (16), a S&P Global rebaixou a nota de crédito da Americanas de "B" (na escala global) e de "brA-" (na escala nacional Brasil) para "D", o que significa situação de default (calote).

A decisão veio depois que a varejista obteve uma liminar, na sexta (13), para se proteger por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que poderá ser usado para buscar acordo com credores ou pedir recuperação judicial.

A Fitch também havia rebaixado a nota de crédito da Americanas, na escala global de "BB" para "CC", e de "AA+(bra)" para "CC(bra)" na escala nacional, dois níveis acima do patamar de inadimplência ("D").


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